• Opinião

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    editorial

    Terror em Londres

    25/03/2017 02h00

    O ataque desfechado em Londres, na quarta-feira (22), nas proximidades da sede do Parlamento britânico, renova as preocupações internacionais com atos terroristas e chama mais uma vez atenção para ações que podem ser deflagradas por pessoas isoladas, sem prévio treinamento ou supervisão direta de organizações extremistas.

    Essa é uma das hipóteses no caso do agressor Khalid Masood, nascido na Inglaterra, que projetou um veículo contra transeuntes na ponte de Westminster, esfaqueou um policial e foi morto a seguir.

    Masood tinha passagens anteriores pela polícia, mas até onde foi revelado não teria laços de militância com um grupo terrorista.

    Analistas consideram significativo o fato de a milícia Estado Islâmico (EI) ter classificando Masood como um "soldado" que supostamente teria respondido a seus apelos para atacar países que participam da coalização de "infiéis" que a combate no Oriente Médio.

    Depois de assombrar o mundo com uma série de atos bárbaros e de avançar em seu projeto insano de instaurar um califado em território que se estende da Síria ao Iraque, a milícia tem perdido terreno e postos estratégicos.

    O grupo já demonstrou espantosa capacidade de atrair jovens extremistas e criminosos de diversos países, que se apresentaram nos últimos anos como voluntários para treinamento e combate.

    Enfraquecido e com dificuldades de furar o cerco de serviços secretos e forças de segurança, a facção Estado Islâmico passou a lançar apelos estimulando ataques individuais, mesmo que desfechados de forma improvisada e precária.

    Uma resposta se deu em Nice, na França, onde 86 pessoas foram mortas por um caminhão durante um desfile do dia da Bastilha, em julho de 2016. Em dezembro, em Berlim, mais 12 morreram num ataque semelhante.

    O terrorismo fundamentalista islâmico é praga que se manifesta de forma sorrateira e covarde não só em países do Ocidente mas também em nações de maioria muçulmana. No clima de insegurança geral, prospera o preconceito.

    Além da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, políticos de linha xenófoba ganham crescente atenção em países europeus, explorando —e generalizando— as ligações entre os ataques e o mundo islâmico.

    É da essência do terror incutir no cidadão comum a sensação de ser alvo potencial de violência. Neste momento, os aparatos oficiais de defesa contra esse mal são desafiados pelos "lobos solitários", suas facas e seus caminhões.

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