• Opinião

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    Paulo Pereira da Silva

    1º de Maio por mais direitos

    01/05/2017 02h00

    Neste 1º de Maio, mais uma vez, como faz há 20 anos, a Força Sindical vai reunir milhões de trabalhadores no Brasil. Em São Paulo, o evento, considerado o maior do mundo, acontece na praça Campo de Bagatelle, na zona norte.

    A história do Dia do Trabalho remonta ao ano de 1886, na industrializada cidade de Chicago (EUA). No 1º de maio daquele ano, milhares de trabalhadores foram às ruas exigir melhores condições.

    O 1º de Maio nasceu sob o signo da reivindicação, e por isso é importante, durante o evento, refletirmos sobre nossas lutas e conquistas.

    O governo enviou ao Congresso propostas de reformas trabalhista e da Previdência Social. É importante destacar que o movimento sindical não pode fugir desse debate. Temos de ser protagonistas, propor soluções e lutar no convencimento da sociedade e dos parlamentares sobre a necessidade de mudanças na proposta oriunda do Planalto.

    Acreditamos que apostar no tudo ou nada é apostar na derrota. É fundamental organizar a resistência, mobilizar e esclarecer os trabalhadores sobre a necessidade de mudarmos o texto em debate no Congresso.

    Ninguém duvida que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo é prejudicial aos trabalhadores, pois dificulta o acesso de quem quer se aposentar.

    Vale lembrar que um dos pilares da Previdência é proteger os trabalhadores e conceder a eles uma vida digna. Infelizmente, as regras propostas não acabam com os privilégios, não trazem benefícios adicionais aos menos favorecidos economicamente e são injustas com as mulheres.

    Não podemos olhar a reforma somente sob o prisma do ajuste fiscal. Os insensíveis tecnocratas do governo precisam analisar a responsabilidade social.

    Por exemplo, a Previdência, segundo dados do IBGE, é extremamente desigual: o 1% mais rico fica com a fatia equivalente à da metade mais pobre. A lógica perversa dos pais da proposta insiste em regras rigorosas para a população mais vulnerável economicamente.

    Já a reforma trabalhista visa enfraquecer as entidades sindicais, retirando a contribuição compulsória. Acabar com esse financiamento irá tornar a luta desigual. A intenção é meramente desmobilizar os sindicatos e as federações de trabalhadores.

    Garantir os direitos dos trabalhadores passa, obrigatoriamente, por garantir a sobrevivência financeira das entidades sindicais. É importante destacar o papel dos sindicatos na ampliação de conquistas - as negociações coletivas, que resultam em aumento salarial, as assistências jurídicas, os atendimentos médicos, entre outros. Tudo isso é financiado com o imposto sindical.

    Destacamos que, no dia 28 de abril, os trabalhadores se mobilizaram e deram uma forte demonstração de organização e luta. Não aceitarão o fim da aposentadoria e o fechamento das entidades sindicais.

    Reafirmamos nossa luta por mudanças nas reformas da Previdência e trabalhista, por juros menores, por aumento digno para os aposentados, por igualdade de oportunidades e moradia e por transporte de qualidade para todos.

    A Força Sindical tem propostas para fazer um Brasil mais justo, com desenvolvimento econômico, emprego e renda.

    PAULO PEREIRA DA SILVA, o Paulinho da Força, é presidente da Força Sindical, do partido Solidariedade e deputado federal (SP)

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