• Opinião

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    HENRIQUE NELSON CALANDRA e MANUEL ENRIQUEZ GARCIA

    O semeador

    02/05/2017 02h00

    O Brasil vive hoje tempos difíceis. Nossa população amarga o recorde histórico de 14 milhões de desempregados. Nesse cenário tão desalentador, a esperança de retomar a higidez econômica reside no importante setor agropecuário.

    A indústria está sofrendo muito. O comércio, também. Ambos pela perda de escala nas vendas, em decorrência da recessão econômica. Basta ver quantos estabelecimentos vêm sendo, a cada dia, encerrados. Cresceu assustadoramente o número de recuperações judiciais e falências.

    Somente o agrobusiness encontra-se vacinado em nosso contexto recessivo, notadamente pelo desempenho das iniciativas empreendidas na agricultura e pecuária pelos próprios homens do campo, estruturados e organizados, permanentemente coordenados e defendidos por sua base sindical patronal. É a força da terra.

    As commodities agropecuárias estão fazendo a diferença na balança comercial, impulsionando o país a sair da recessão econômica. A segurança alimentar da população também está garantida.

    Aliás, nos últimos meses, graças à grande oferta, a inflação dos alimentos tem tido um comportamento fortemente descendente, o que assegura ao Brasil ficar abaixo da meta de teto inflacionário. Tudo isso é resultado da produtividade da agropecuária.

    Esse setor possui um líder no Estado de São Paulo, locomotiva econômica nacional, que personifica o que há de melhor no semeador/homem do campo -trata-se do doutor Fábio de Salles Meirelles, maestro do abastecimento e da segurança alimentar da família brasileira.

    Presidente da poderosa Faesp - (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), ele, hoje com 89 anos, dedicou toda a sua vida à organização do setor, fundando e comandando a referida entidade patronal que conta com 236 sindicatos filiados e 332 extensões de base.

    A estrutura de coordenação setorial da Faesp é impressionante, assegurando todas essas externalidades positivas econômicas, esperança nacional de nossa economia.

    Inclusive, através do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), promoveu-se a formação e o aperfeiçoamento profissional de quase 4 milhões de brasileiros, sem contar as iniciativas sociais, como a de alfabetização da população carcerária, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

    Entretanto, o que mais impressiona em sua liderança é o dinamismo, o otimismo e a constante preocupação com a solidez do setor agropecuário. E, mais do que tudo, a defesa dos agentes de abastecimento da população, garantindo o acesso de todos a um prato de comida.

    O reconhecimento dessa magnífica trajetória demonstra-se pelo simples fato de que -por eleição livre, regular e democrática- vem sendo reconduzido à presidência da Faesp, pela representação sindical dos agricultores e pecuaristas do Estado, ao longo de 41 anos de sucesso e contribuição.

    Não há homenagem maior ao trabalhador brasileiro do que uma vida e uma família totalmente dedicadas ao trabalho no campo.

    HENRIQUE NELSON CALANDRA, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, é membro do conselho jurídico da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

    MANUEL ENRIQUEZ GARCIA é presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo e professor sênior do departamento de economia da USP

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