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    Trump, Israel e Palestina

    07/05/2017 02h00

    Visto por muitos como potencial fator de instabilidade nas relações internacionais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou-se na última quarta-feira (3) como candidato a mediador ou facilitador de um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

    Trump lançou a ideia na presença de Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Nacional Palestina, que visitava Washington.

    Abbas criticou a ocupação de territórios por Israel e disse que, sob a liderança "corajosa e sábia" do presidente dos EUA, seria possível chegar a uma solução duradoura. Para isso, as partes teriam que concordar com a proposta de dois Estados independentes.

    Dias antes do encontro, o grupo radical palestino Hamas já havia adotado tom mais moderado ao defender proposta semelhante, com um Estado palestino nos limites de 1967 -antes da Guerra dos Seis Dias, quando Israel conquistou a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

    É impossível não ver com ceticismo essa ou qualquer outra tentativa de processo de paz entre israelenses e palestinos. Nenhum esforço até aqui conseguiu conter os conflitos, que se arrastam há décadas e realimentam ódios e ressentimentos dos dois lados.

    Um acordo parece ainda menos provável ao ser patrocinado por um presidente que acirrou os ânimos palestinos ao cogitar a mudança da sede da embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.

    Trump, porém, pode ter mais sucesso do que se imagina. De uma atitude no início isolacionista, que tratava o mundo como ameaça a seu país, o mandatário vai migrando para um entendimento menos primário do cenário externo.

    O republicano anunciou, logo após o encontro com Abbas, sua primeira viagem ao exterior. O roteiro é sugestivo: vai visitar Israel, Arábia Saudita e Vaticano, centros das três grandes religiões monoteístas -o judaísmo, o islamismo e o cristianismo, respectivamente.

    Os sinais conciliatórios, alentadores para a comunidade internacional, dão a entender que Trump começa a adequar seu discurso às exigências do exercício da liderança mundial. É preciso tempo, contudo, para saber qual será o retrato da política externa que se desenha.

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