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    editorial

    O mínimo do G20

    08/07/2017 02h00

    John Macdougall/AFP
    TOPSHOT - (L-R) French President Emmanuel Macron, German Chancellor Angela Merkel and US President Donald Trump confer at the start of the first working session of the G20 meeting in Hamburg, northern Germany, on July 7. Leaders of the world's top economies will gather from July 7 to 8, 2017 in Germany for likely the stormiest G20 summit in years, with disagreements ranging from wars to climate change and global trade. / AFP PHOTO / AFP PHOTO AND POOL / John MACDOUGALL
    O francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o americano Donald Trump

    Normalmente centrado em temas econômicos, o encontro do G20, que se encerra neste sábado (8) na Alemanha, desta vez teve agenda de forte teor geopolítico.

    O grupo formado pelas principais economias do mundo, responsável por 85% do PIB e 70% do comércio mundiais, ganhou proeminência a partir da crise financeira de 2008, que exigiu respostas globais coordenadas.

    O desafio de agora é encontrar convergências em numerosa gama de assuntos, incluindo comércio internacional, imigração, segurança e mudança climática.

    A incerteza é amplificada pelos personagens envolvidos, a começar pelo presidente americano, Donald Trump, que tem se distanciado da estratégia americana tradicional. Em vez da defesa da globalização e do fortalecimento de regras multilaterais, Trump adota uma agenda isolacionista.

    Repudiou o Acordo de Paris, assinado em 2015 para conter o aquecimento global, e ameaça retaliar parceiros comerciais.

    As divergências não se resumem aos EUA, porém. Num contexto de enfraquecimento do multilateralismo, reuniões entre líderes são ainda mais decisivas.

    O esperado primeiro encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, se estendeu por duas horas, com discussões sobre a suspeita de interferência nas eleições presidenciais americanas, a Coreia do Norte, a Ucrânia e o cessar-fogo na Síria.

    Em seu pronunciamento de abertura, a chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu que os debates não serão fáceis e nem todas as diferenças poderão ser sanadas.

    No caso do comércio, por exemplo, deve ser mantido o compromisso com a abertura, mas com a ressalva de que as práticas precisam ser justas. Quanto à limitação de combustíveis fósseis, o objetivo será evitar uma possível dissidência dos Estados Unidos.

    Há um aspecto positivo, ao menos. A menor atenção a temas econômicos decorre de uma conjuntura internacional mais favorável.

    O crescimento retornou, o desemprego é cadente e elevam-se a confiança e o investimento. Assegurar suficiente alinhamento de interesses para preservar a retomada econômica é o desafio do G20.

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