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    editorial

    Crédito fraco

    18/10/2017 02h00

    Luiz Carlos Murauskas - 23.abr.2012/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 23-04-2012 10h21: * Eugenio Santino Oliveira, 35, as 09hs,32, veio atraz do emprestimo pessoal, (fone 6234-1204) fala atendido pela gerente Eliana Ferreira da Cruz, gerente (fone 9492-7788). Bancos reduzem juros, a Caixa Economica Federal abriu uma hora mais cedo mais o movimento foi abaixo do esperado segundo bancarios, na Agencia da Caixa da Rua Alvares Penteado. ( Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress, MERCADO ) ***RESTRIÇÃO***
    Cliente a procura de empréstimo é atendido em agência bancária

    Se não resta dúvida de que uma melhora da economia está em andamento, mais incertas são sua velocidade e robustez. Entre os principais obstáculos está o legado de dívidas de famílias e empresas acumuladas nos anos de otimismo.

    No decênio de 2004 a 2014, o volume de crédito no país se expandiu rapidamente, passando da casa dos 25% para 50% do Produto Interno Bruto. Por um período considerável, o processo foi, sem dúvida, benéfico –o ponto de partida era ínfimo, e o país convergia para um patamar de normalidade.

    Ademais, a queda dos juros e a formalização do emprego apontavam para a expansão da economia.

    Em seus anos finais, no entanto, essa dinâmica se contaminou por vícios das políticas da administração petista, casos do excesso de ativismo dos bancos públicos e do dirigismo estatal nos financiamentos subsidiados.

    A perda de vigor a partir de 2013 já antecipava problemas, que vieram à tona com intensidade conforme a recessão se instalava em 2014.

    Desde então, a contração do PIB foi agravada pela tentativa do setor privado de reduzir suas dívidas, que se mostravam excessivas no novo cenário. Na tipologia das recessões, não por acaso, as consideradas mais graves e de difícil superação são as precedidas por uma onda de crédito.

    De mais alvissareiro, o pior parece ter ficado para trás no que diz respeito às famílias. O montante de financiamentos voltou a crescer, direcionado especialmente à aquisição de bens duráveis.

    A queda da inflação e a estabilização do emprego constituem fatores importantes, que indicam uma virada sustentável. A inadimplência menor também aumenta a propensão dos bancos a emprestar.

    Quanto às empresas, a situação ainda se afigura difícil. Nas maiores, ao menos, já se verifica queda na relação entre as dívidas e a geração de receitas, primeira etapa para que possam voltar a investir.

    As menores, por outro lado, amargam dificuldades. Têm menos acesso ao mercado de capitais e menos garantias a oferecer, dependendo mais dos bancos.

    No segmento corporativo, o crédito continua a cair —de 28,5% do PIB, ao fim de 2015, para 22,2% em agosto último. Em parte, o recuo mais recente decorre de falta de demanda das pessoas jurídicas, dada a falta de confiança na sustentação do crescimento.

    De todo modo, os cortes sucessivos na taxa de juros do Banco Central, que se aproxima do mais baixo patamar da história, já se refletem em menores custos bancários e tendem a incentivar a economia em 2018. A retomada firme dos investimentos, porém, dependerá de que não haja retrocessos no ajuste econômico após as eleições.

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