A posição da Folha em defesa da descriminalização do aborto, defendida no editorial "Debate Urgente, é precipitada e inconsequente. O debate pode e deve ser estimulado, desde que associado a uma real intenção da sociedade como um todo, e não de maneira casuística, quando vivemos um surto específico de microcefalia. O tema requer análise mais aprofundada, antes que propostas inconsequentes como essa sejam divulgadas pela imprensa.

OMAR GENHA TAHA, médico (Londrina, PR)

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Nasci cego e pobre. Com imenso esforço, tornei-me professor universitário. Percebo, estarrecido, que o surto de zika tornou-se mais uma janela de oportunidade para os defensores do aborto. Querem nos impor que só podem nascer os aptos, os fortes, os capazes. Hoje somos os deficientes, amanhã poderão ser os futuros gays ou os prováveis "bandidos pobres". Entretanto, concordo com a ideia de plebiscito, pois estou convicto de que a maioria do povo resistirá a pressões.

VANDERLEI VAZELESK, professor universitário (Rio de Janeiro, RJ)

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