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da Folha Online

26/11/2007 02h30

Pará

"O caso da adolescente presa ilegalmente e estuprada numa delegacia do Pará coloca o Brasil na mesma situação de países como Iraque e Afeganistão, onde mulheres de todas as idades são barbarizadas diariamente. Isso mostra que não bastam Constituição, leis ou instituições, como o Judiciário e o Ministério Público, se não temos servidores dedicados e cônscios de seus deveres para tornar efetivas a Constituição e as leis. No caso dessa menina ocorreu improbidade administrativa, prevista na lei 8.429/92, a cujas penas deveriam sujeitar-se tanto os integrantes da polícia como o juiz e o promotor da comarca, porque juízes e promotores têm, por lei, obrigação de visitarem periodicamente os presídios. No entanto, quanto a estes, suas atuações sensacionais estão restrita aos casos que a mídia repercute. Deu na mídia, lá estão eles, dando declarações, prendendo, algemando e condenando. Sem mídia, parece não ter lei, nem crime, nem violência. O relatório da ONU sobre a tortura em nossos presídios é o melhor exemplo dessa omissão. Portanto, está na hora de discutir a responsabilidade pessoal dos encarregados pela execução das leis, especialmente os membros do Ministério Público e do Judiciário, e que a imprensa mostre ao povo quem está efetivamente cumprindo o seu papel e quem está apenas buscando mídia pessoal."

JOEL GERALDO COIMBRA (Maringá, PR)

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"Ainda bem que na edição de 25/11, ao lado da nota do governo do Pará sobre o caso da menina de 15 anos mantida numa cela com 20 homens durante 26 dias ('Governo do Pará repudia atentado à cidadania'), pude ler também a matéria de Janio de Freitas dizendo tudo que eu tive vontade de dizer para certas autoridades do referido Estado. Não é preciso ser nenhum gênio para entender que o que aconteceu na cadeia de Abaetetuba foi muito mais do que um 'atentado à cidadania', e que, se o governo do Pará realmente repudia crimes dessa natureza, deve ir muito além de simplesmente afastar os acusados (que continuarão recebendo remuneração!) para responder a um mero processo administrativo."

FLÁVIO GUIMARÃES DE LUCA (Limeira, SP)

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FHC e Lula

"Reza a gramática da língua portuguesa, tão apaixonadamente defendida pelo 'douto' FHC, que diante de adjetivo se emprega a forma analítica do comparativo de bem: mais bem feito, mais bem vestido, mais bem educado. Com o seu 'queremos brasileiros melhor educados', o ex-presidente mostra que, antes de ensinar português a Lula, convém ele fazer uma reciclagem no Mobral."

LUIZ A. DE ARAÚJO (São Paulo, SP)

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"Muito pertinente a crítica de FHC à apologia da ignorância que emperra o país. Alguns, estrategicamente, chegam a colocar a culpa do seu ressentimento até na própria mãe. E, afinal, alguém sempre pode dizer: 'Puxa, ele é semi-analfabeto, a mediocridade está desculpada'. Contudo, analfabetos não são nem melhores nem piores seres humanos que os letrados, assim como os semi-analfabetos não são meio melhores ou piores que os demais. Difundir a própria ignorância como um trunfo, ainda mais quando se tem todas as condições de superá-la, é apenas política de raposa esperta."

CYNTHIA GUSMÃO (São Paulo, SP)

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"Então, nas próximas eleições, elejamos o professor Pasquale para presidente da República."

LUCIANO PIERO DE CASTRO (Varginha, MG)

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"Fernando Henrique precisa pisar no freio ao se referir ao presidente Lula, direta ou indiretamente. Com todos os desvios políticos e financeiros impunes de seus dois mandatos, sua identidade com o povo brasileiro é inquestionável. Quando o ex-presidente, num momento de raiva, volta a cutucar a falta de um diploma universitário de Lula, age com a única finalidade de magoar. Só que, por tabela, também atinge o povão. E aí FHC vai se isolando."

HABIB SAGUIAH NETO (Marataízes, ES)

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"Não consigo ver preconceito na frase do ex-presidente FHC. O atual presidente não fez nada pela educação, e não fez mesmo. Só há projetos no governo Lula, ação nenhuma, os PAC's estão emPACados. Por que os petistas têm tanto rancor do ex-presidente? Não será preconceito deles achar que as pessoas que tiveram oportunidade de estudar têm preconceito por definição?"

FRANCISCO DA COSTA OLIVEIRA (São Paulo, SP)

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"Fernando Henrique Cardoso não tem moral para criticar a política educacional do presidente Lula. No governo FHC ocorreu o mais vergonhoso escândalo na educação deste país: um analfabeto foi aprovado no vestibular de uma faculdade particular, e o ministro da Educação na época, o sr. Paulo Renato, tentou, no programa 'Fantástico', justificar essa aprovação. Mas o pior ainda aconteceu: a faculdade não foi punida."

WASHINGTON RAMOS (Teresina, PI)

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"Carlos Magno possuía pouco conhecimento de leitura e não sabia escrever, mas revolucionou a educação da época. Enquanto isso, o que dizer de FHC e Lula?"

GABRIEL PINA DOS SANTOS (Campinas, SP)

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"Fernando Henrique Cardoso é um dos políticos que certamente deveria ouvir um 'Cala-te'. Acha-se um grande intelectual, mas vive a disseminar bobagens e preconceitos. Se ele é tão bom assim e seu partido também, por que governou tão mal? Por que foi 'escondido' pelos seus amigos tucanos durante as últimas eleições? O 'ignorante' Lula se saiu melhor: está bem avaliado, apesar dos erros, do acento nordestino e da falta de diploma."

MARA CHAGAS (São Paulo, SP)

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"O presidente Lula sempre ataca o ex-presidente Fernando Henrique por ser culto e falar vários idiomas e, quando este responde, é tachado de preconceituoso e de ter ódio aos pobres por alguns leitores e por políticos do PT. Creio que ser pobre não é sinônimo de ser ignorante, muito pelo contrário. Quanto a Lula, só não estudou e aprendeu a falar, pelo menos o português, por absoluta preguiça, pois, como temos visto ao longo de quase 30 anos, estudar e trabalhar decididamente não é o forte dele."

FERNANDO ALMEIDA INTASCHI (Ubatuba, SP)

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"Após as denúncias dos envolvidos no chamado mensalão tucano, e depois de ouvir ataques de FHC ao governo Lula, tipo 'esse preconceito existe numa elitezinha nova que se aboletou no poder e agora quer aboletar os bolsos com dinheiro do poder', referindo-se ao fato de nunca ter visto no povo qualquer tipo de preconceito contra pessoas que estudam, o ministro da Justiça, Tarso Genro, reagiu: 'A fala do ex-presidente traduz a voz de uma pessoa amargurada por não ter nem o reconhecimento popular, nem o reconhecimento internacional que o presidente Lula conquistou, tirando o Brasil da beira do abismo. É a fala de um homem amargo, que gostaria de ser entendido pelo povo, mas sabe que é Lula que o povo entende, e vê nele o resgate de sua soberania e dos seus direitos'."

CONRADO DE PAULO (Bragança Paulista, SP)

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"FHC está certo ao desancar Lula pela sua falta de educação formal e sua falta de vontade em educar-se. Algo que os petistas deveriam saber é que não se constrói pontes com discursos, mas com estudo e trabalho. Chegou-se à situação irreal de um dos ministros de Lula falar que a universidade tem o mesmo valor para a formação que o sindicato. Mentira pura. Um engenheiro não constrói pontes com discursos. Um médico não opera com a cartilha do PT na mão. Temos que estudar e trabalhar sim, sempre, pois estamos ficando para trás na corrida competitiva global. Ou se tem consciência que a escola e o trabalho são importantes ou ensinaremos nossos filhos todos a manejar uma foice para colher cana para queimar em motor de carro estrangeiro."

MÁRCIO LUIZ DA SILVA GAMA (Brasília, DF)

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"Parabéns, FHC! O povo brasileiro vai chegar à conclusão que erudição e mestrados não acabam com preconceito, ressentimentos e dor-de-cotovelo. Finalmente o PSDB mostrou sua verdadeira face, aquela escondida sob o verniz da boa educação, do discurso empolado em várias línguas. Espero sinceramente que o povo brasileiro não copie essa postura, pois não é bom para o Brasil."

ORLANDO F. FILHO (São Paulo, SP)

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Educação

"Como cidadão brasileiro que ainda acredita em mudanças no país, sinto-me na obrigação de tornar públicas minhas considerações acerca do senador Cristovam Buarque ('Tendências/Debates', 24/11). Com propostas aparentemente triviais, como a de obrigar os políticos brasileiros a matricular seus filhos em escolas públicas, o senador indica caminhos garantidos e seguros pelos quais o Brasil deve seguir para alcançar sua plenitude democrática. Educação qualificada e universal é o meio mais eficiente para mitigar (e extinguir) nossas mazelas: um cidadão com estudos é aquele que escolhe melhor seus representantes e que, a eles, sabe exigir seus direitos. Um país com educação, portanto, deveria ser a principal meta de nosso governo, no momento que ela desaliena e ajuda a diminuir o abismo social, tornando o Brasil, cada vez mais, 'um país de todos'.

GLAUBER COUTINHO ELIAZAR (Belo Horizonte, MG)

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"Se a análise de Gustavo Ioschpe ('Tendências/Debates', 24/11) estivesse correta, estaríamos em algum país escandinavo e, conseqüentemente, o assunto nem sequer estaria sendo discutido, já que para tais povos aprendizado é eleitoralmente importante. Como ao povo brasileiro, até por questões de colonização, é imposta a cultura do 'jeitinho', do 'levar vantagem', as coisas só irão evoluir na base da 'porrada' mesmo. Não dá mais pra se iludir: na base do 'consenso' as coisas só vão evoluir em alguns séculos. Cristovam Buarque pode não propor a melhor alternativa, filosoficamente falando, mas ao menos propõe que se faça algo. Entre a retórica juvenil de Ioschpe, que propõe a inação, e a lucidez pragmática de Buarque, fico com a segunda opção. Que aos parasitas dos três poderes se imponha a obrigação de não apenas colocar seus pimpolhos em escolas públicas, mas que sejam obrigados também a se tratar nos hospitais públicos, em vez de Einsten e Sírio-Libanês. E, caso haja descumprimento, multa e pontos no título de eleitor, que culmine com a perda dos direitos eleitorais, no limite. Que tal levantar esta bandeira? Fiesp, Associação Comercial, OAB, Folha: manifestem-se!"

HENRIQUE ARANTES (São Paulo, SP)

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"Parabenizo o senador Cristovam Buarque pela proposta de colocar os filhos de políticos em escola pública, pois assim vamos dar o direito de cada um conhecer a incapacidade de seus pais exercerem as funções para as quais foram escolhidos. Quantos políticos não colocam seus filhos em escola particular para esconder suas falcatruas no Congresso Nacional? Vamos mostrar para essas crianças a verdadeira cidadania, ensiná-las a respeitar o próximo. Viva a verdadeira democracia!"

JOUBERT ESEQUIEL DE MORAIS FILHO (Suzano, SP)

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Kassab

"Apesar de o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, gabar-se das obras que vem realizando na capital, gostaria de fazer algumas considerações. Há mais ou menos um ano toda a calçada da rua Augusta (lado Jardins) foi trocada em tempo recorde. Tirou-se o pavimento antigo e em seu lugar foram colocados tijolos apoiados em areia. O resultado já era esperado: após a primeira chuva forte, uma boa parte da nova calçada se desfez, tornando o piso completamente irregular. Atualmente quem caminha pela rua Augusta caminha por um piso perigoso e desgastado, reflexo da má administração dos recursos públicos. O que se dirá do asfalto da cidade? O prefeito ressalta em suas aparições públicas o programa de recapeamento realizado nas vias públicas. Lamentável. A rua Geraldo Fraga de Oliveira foi recapeada há dois meses: duas semanas após o recapeamento, uma enorme cratera brotou no meio da via, mais uma vez reflexo do desleixo de nossos administradores em relação aos nossos impostos e patrimônio público. Não consigo entender como um país como o Brasil, que exporta aviões com tecnologia de ponta, não consegue produzir uma pavimentação com qualidade, seja nas calçadas, seja nas ruas e avenidas. Pelo que parece não falta tecnologia e sim vontade para realizar uma gestão com eficiência e qualidade, com resultados tangíveis que não se desfaçam com as chuvas. Paulistanos, vamos lutar por nossos direitos."

JOSÉ CARLOS PENTEADO MASAGÃO FILHO (São Paulo, SP)

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