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    Senador Zezé Perrella volta a ser alvo de procurador

    FERNANDA ODILLA
    DE BRASÍLIA

    03/01/2014 03h44

    A Procuradoria Geral da República defende a quebra de sigilo bancário para aprofundar investigação contra o senador Zezé Perrella (PDT-MG) e o irmão dele, Alvimar de Oliveira Costa, em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal.

    Ex-presidentes do time mineiro Cruzeiro, os dois são investigados por suposta lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luisão ao Benfica, de Portugal. A negociação envolveu um clube uruguaio e é considerada suspeita pela Polícia Federal, que indiciou Perrella em 2010 pelo caso.

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    A investigação, que começou em Minas Gerais e se arrasta no STF desde 2011, ficou parada por seis meses

    Dez dias depois de a polícia encontrar cocaína no helicóptero da empresa do filho de Perrella, embora tenha sido descartado qualquer envolvimento da família no caso, o inquérito voltou a andar.

    O STF mandou a investigação a Janot, que pediu que o ministro Ricardo Lewandowski reconsiderasse a decisão de não autorizar a quebra de sigilo bancário.
    suspensão

    A devassa nas transações de contas ligadas a Perrella e a Alvimar foi suspensa após pedido do Cruzeiro.

    Advogados do time mineiro, que também defendem o senador, alegaram haver erros na petição do Ministério Público, e Lewandowski desautorizou parte da quebra do sigilo bancário e fiscal. Parte da movimentação das contas dos dois já havia sido analisada pela PF.

    Em 2003, Luisão foi vendido por US$ 2,5 milhões ao clube uruguaio Central Español e, logo em seguida, repassado por cerca de US$ 1 milhão a menos ao Benfica, em valores da época.

    Os investigadores suspeitam que parte do valor declarado na negociação com o time uruguaio voltou irregularmente para o Brasil e teria sido pulverizado em contas de empresas ligadas à Perrella e ao irmão dele.

    OUTRO LADO

    Advogado do Cruzeiro e do senador Perrella no caso Luisão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que transação foi legal e é "completamente comum".

    "Ter uma empresa fora, no caso o time uruguaio, chamou a atenção. Investigaram e não chegaram a lugar nenhum", disse Kakay, afirmando que a participação de um terceiro time na transação de jogadores muitas vezes é exigência do comprador.

    Em nota divulgada em 2010, Perrella explicou que o Cruzeiro vendeu 100% dos direitos do zagueiro ao empresário Juan Figger por US$ 2,5 milhões, por meio do Central Español. Em seguida, o time uruguaio teria negociado 50% dos direitos com o Benfica, por US$ 1,597 milhão.

    Procurado pela Folha na semana passada, Zezé Perrella não quis comentar a retomada da investigação.

    Questionado sobre por que o inquérito ficou seis meses sem tramitar e se o episódio do helicóptero influenciou o envio da investigação à PGR, Lewandowski informou, por meio de sua assessoria, que não comenta o caso por tramitar sob segredo de Justiça.

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