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    Justiça autoriza que Jacinto Lamas trabalhe em empresa de Brasília

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    13/01/2014 20h47

    O juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, autorizou nesta segunda-feira (13) que o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas trabalhe como assistente administrativo em uma empresa de engenharia, que também atua no setor de compra e venda de imóveis, em Brasília. Lamas cumpre cinco anos de prisão em regime semiaberto.

    De acordo com a defesa de Lamas, a empresa Mísula Engenharia pagará a Lamas o salário de R$1,2 mil para desempenhar tarefas como receber correspondências, atender telefonemas e esclarecer dúvidas sobre a parte financeira, coordenar compras e manter organizado arquivos e cadastros da empresa. Além do salário, Lamas receberá vale transporte e R$ 11 por dia de vale alimentação.

    Em sua decisão, o juiz afirma que o trabalho externo é "fundamental para a ressocialização do sentenciado" e que a concessão do benefício é uma "possibilidade de se avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do reeducando antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado". O juiz destaca ainda que o futuro empregador se comprometeu a ajudar na fiscalização do benefício.

    Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde 15 de novembro, Lamas teve que fazer o pedido de emprego duas vezes porque a primeira proposta foi rejeitada pela Procuradoria-Geral da República, por considerá-la genérica demais. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelo crime de lavagem de dinheiro.

    Alan Marques - 27.out.2005/Folhapress
    Jacinto Lamas receberá salário de R$1,2 mil, vale transporte e R$ 11 por dia de vale alimentação
    Jacinto Lamas receberá salário de R$1,2 mil, vale transporte e R$ 11 por dia de vale alimentação

    Na época, um dos proprietários da Mísula, João Marques da Cruz Neto, contou à Folha que conheceu Lamas numa igreja de Brasília e, sabendo da condição de seu filho menor de idade, que é paraplégico, ofereceu o emprego para tentar "amenizar o sofrimento" do ex-tesoureiro.

    "Nos conhecemos antes dessa confusão toda, nos aproximamos na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe. Ele se aposentou para cuidar do filho, que ficou paraplégico num acidente de carro que o próprio Jacinto estava dirigindo. É algo de muito sofrimento para ele. Ofereci o emprego para ajudar a família e ver se conseguimos amenizar o sofrimento dele", disse na época.

    Na documentação enviada ao STF, a Mísula Engenharia afirma que realizou uma entrevista de emprego com Lamas em 16 de setembro, na qual ele foi aprovado. No documento, é dito que foi fundamental para a escolha a pró-atividade de Lamas, sua boa comunicação, por ele saber lidar bem com números, saber trabalhar sob pressão e por sua capacidade de organização. Segundo o empregador, Lamas trabalhará das 8h às 18h, com uma hora de intervalo para o almoço.

    ESTUDO NEGADO

    Apesar de ter tido o pedido de trabalho aceito, o juiz da VEP negou o pedido de Lamas para estudar fisioterapia em faculdade particular no Distrito Federal. De acordo com a decisão, Lamas precisa cumprir um sexto da pena para poder pleitear o benefício.

    "Ele queria estudar fisioterapia há algum tempo já para poder ajudar o filho paraplégico. Infelizmente, isso ainda não será possível", afirmou à Folha o advogado de Lamas, Délio Lins.

    Lamas é o segundo preso do mensalão que tem o pedido de trabalho autorizado pela Justiça. O primeiro caso foi o do ex-deputado Pedro Henry (PP-MT) que teve autorização para trabalhar como coordenador de clínica médica no hospital particular Santa Rosa, em Cuiabá.

    Outros oito condenados no processo do mensalão também fizeram pedidos para trabalhar enquanto cumprem suas penas.

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