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    Chanceler nega que governo tenha pago jantar de comitiva em Lisboa

    DA ENVIADA A HAVANA
    DE BRASÍLIA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
    DE FLORIANÓPOLIS

    28/01/2014 03h37

    O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse ontem que "cada um pagou o seu" no restaurante em Lisboa (Portugal), negando que a comitiva tenha jantado num estabelecimento caro às custas do governo.

    "Fomos a um restaurante, e cada um pagou o seu, como ocorre em todas as viagens da presidente. Cada um paga o seu, e ela paga o dela", disse.

    Dilma fez uma escala em Portugal quando voltava da viagem à Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, antes de chegar a Cuba no domingo.

    Sem compromissos oficiais em Lisboa, ela jantou no Eleven, um dos três restaurantes da cidade com uma estrela no guia "Michelin", e ficou hospedada no Ritz Four Seasons, um dos mais caros da capital.

    Uma parte da comitiva ficou no Tívoli e a outra, no Ritz —neste último, as diárias vão de € 360 (R$ 1.188) pelo quarto comum a € 8.265 (cerca de R$ 27 mil) pela suíte presidencial.

    Sobre o pernoite da comitiva em Lisboa, Figueiredo afirmou que a "escala técnica" foi feita porque as aeronaves que a Presidência utiliza não têm autonomia para viajar de Zurique para Cuba.

    Indagado se cada membro da comitiva pagara o restaurante com cartão corporativo, disse: "Não, era cartão pessoal, o dinheiro de cada um".

    Reprodução/Instagram
    Reprodução do Instagram do Hotel Therma mostra Dilma ao lado do chef português Joachim Koeper e os comentários pouco elogiosos
    Reprodução do Instagram do Hotel Therma mostra Dilma ao lado do chef português Joachim Koeper

    REPERCUSSÃO

    No domingo (26), a Presidência da República divulgou nota em que afirma que a parada técnica da presidente Dilma em Lisboa foi "adequada" porque o Airbus presidencial não tem autonomia para voar de Zurique (Suiça) a Cuba.

    Na segunda-feira (27), a oposição pediu a abertura de um inquérito civil público na Procuradoria-Geral da República para investigar a escala da presidente em Portugal, no sábado.

    Na representação, o PPS solicitou que o Ministério Público Federal avalie se houve improbidade administrativa diante dos gastos da comitiva presidencial durante a parada que não estava prevista na agenda oficial divulgada pela Presidência.

    Provável candidato do PSDB à Presidência da República neste ano, o senador Aécio Neves (MG) disse na segunda-feira (27) que a viagem da presidente foi feita "de forma dissimulada", porque, segundo ele, "tinha uma agenda que não era pública".

    "A viagem teve excessos absolutamente inexplicáveis. Não é um bom exemplo, não é um comportamento que se pode esperar", disse o tucano, que passou o dia com correligionários em Florianópolis.

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