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    Moradores queimam ônibus contra reintegração do Minha Casa na BA

    MÁRIO BITTENCOURT
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM VITÓRIA DA CONQUISTA (BA)

    28/01/2014 14h24

    Um ônibus do transporte coletivo de Vitória da Conquista (BA) foi queimado na manhã desta terça-feira (28) em retaliação à ação de reintegração de posse feita contra imóveis do Minha Casa, Minha Vida invadidos na cidade baiana.

    Duas pessoas que resistiram à reintegração foram detidas e levadas à delegacia, mas não há registro de feridos. Cerca de cem policiais militares acompanham ação. A reintegração de posse ocorre após uma onda de imóveis invadidos por pessoas que afirmam haver casas entregues pela presidente Dilma Rousseff em outubro que não foram ocupadas.

    As ocupações na cidade baiana tiveram até o registro de um homicídio, cometido supostamente pelo dono de uma das casas contra um dos invasores. Dos 1.750 imóveis dos condomínios Pau-Brasil, Ipê e Jequitibá, 200 estão vazios, segundo os invasores, que dizem ser beneficiários cadastrados do programa federal, uma das bandeiras da gestão Dilma.

    A Caixa Econômica Federal, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida, diz que a ação de reintegração engloba 60 imóveis dos condomínios. O incêndio no ônibus foi registrado às 6h30, logo que a ação de reintegração começou. Um grupo de pessoas parou o veículo, mandou os passageiros descerem e ateou fogo no mesmo.

    Por pouco, o imóvel da beneficiária Iramaia Oliveira Silva, 40, também ficou em chamas. "As chamas estavam tão altas que achei que minha casa ia queimar. Por sorte, só quebrou o vidro de uma das janelas", disse.

    O fogo no ônibus só foi controlado cerca de quatro horas depois. Segundo informou a Caixa, até as 10h30 (9h30 no horário de Brasília), oito imóveis já tinham sido reintegrados quando a confusão começou.

    IMÓVEIS DANIFICADOS

    A Caixa informou que vai continuar durante todo o dia a ação de reintegração. Segundo a assessoria, vários imóveis foram encontrados com danificações diversas, como pias, portas e janelas quebradas e vasos sanitários e chuveiros arrancados.

    Dois caminhões baú foram disponibilizados pelo banco para que os invasores coloquem os móveis nos veículos, que serão levados para onde os donos quiserem. As invasões aos imóveis chegaram ao ápice com a morte de um homem de 24 anos, no dia 30 de dezembro de 2013.

    Segundo a Caixa, a situação dos imóveis que estão vazios deve ser resolvida até o final deste mês, quando as casas passarão por um sorteio, cuja responsabilidade está indefinida: a Caixa diz que é com a prefeitura e a prefeitura informa que é com a Caixa.

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