• Poder

    Thursday, 02-May-2024 16:06:37 -03

    Dilma aproveita escalas para passear desde 2011

    NATUZA NERY
    FERNANDA ODILLA
    DE BRASÍLIA

    29/01/2014 03h33

    Desde que assumiu o cargo em 2011, Dilma Rousseff costuma aproveitar escalas técnicas durante os voos para passear anonimamente.

    Nas paradas em outros países para abastecer a aeronave, a presidente gosta de visitar museus, apreciar obras arquitetônicas e ir a restaurantes. Em alguns casos, chegou a pernoitar em hotéis sem que a agenda oficial informasse seu paradeiro.

    Em Lisboa foi assim. O sigilo da viagem levou o Planalto a administrar um desgaste. Por trás dele, uma antiga polêmica: o alegado direito presidencial de gozar de compromissos privados longe dos olhos da imprensa, conforme assessores.

    Quem acompanha a petista relata seu cansaço com o assédio de jornalistas. Dilma, contam interlocutores, quer poder "ser gente" vez ou outra. Rotinas assim são quase impossíveis no Brasil.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em 2012, ao voltar da Índia, Dilma aproveitou um pouso técnico na Sicília para ir almoçar com ministros. Fez o mesmo na Espanha, um pouco antes, e chegou a fazer check-in em um hotel em Granada, mas desistiu de dormir na cidade.

    Interlocutores veem as críticas ao sigilo no paradeiro da chefe como "pegação de pé" e dizem que, apesar de autoridade pública, ela tem o direito a compromissos privados. As preparações para as paradas técnicas exigem providências logísticas similares às das agendas oficiais.

    Além de solicitação de hospedagem e transporte quando a parada inclui pernoite, o Itamaraty usualmente pede ao posto no exterior orçamento para aluguel de equipamentos de informática e comunicação não só para a comitiva, como para a equipe que visita o local antes. Também há solicitações de facilidades alfandegárias, imigratórias e aeroportuárias.

    As paradas técnicas custam caro. Levantamento do Itamaraty indicou que somente as paradas de Dilma em Atenas e Granada, além dos preparativos para visita a Praga, que acabou cancelada, custaram R$ 433 mil.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024