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    PSDB diz que Padilha fez propaganda eleitoral antecipada e que irá ao TRE

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    30/01/2014 20h18

    O PSDB de São Paulo vai entrar com uma ação na Justiça Eleitoral contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo do Estado. O partido alega que o petista usou sua aparição em cadeia nacional de quarta-feira (29) para fazer "promoção pessoal" e campanha eleitoral antecipada.

    Na TV, Padilha fez seu último pronunciamento como ministro da Saúde. Ele deixa o cargo na próxima segunda-feira para se dedicar exclusivamente à campanha pelo Palácio dos Bandeirantes. Durante sua fala, Padilha divulgou a campanha nacional de vacinação contra o vírus HPV, mas aproveitou para destacar vitrines de sua gestão, como o Mais Médicos.

    "O ministro, que é candidato declarado e que já afirmou que começará a fazer campanha a partir do dia sete de fevereiro, usou um minuto de seu tempo na TV para falar de vacinação contra o HPV e outros três para fazer promoção pessoal", disse o presidente do PSDB paulista, deputado Duarte Nogueira.

    Ele afirmou que o partido acionará não só Padilha, mas também a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, por ter convocado a cadeia nacional.

    O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que pedirá que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalie se houve improbidade administrativa para promoção pessoal do petista.

    "Sob o pretexto de prestar informações sobre a campanha de vacinação contra o HPV, que só será iniciada no dia 10 de março de 2014, o pronunciamento do ministro Alexandre Padilha, dias antes de deixar o cargo, possuiu nítido cunho eleitoral, caracterizando-se como promoção pessoal de autoridade pública", afirmou Sampaio.

    "Padilha, em uma desesperada tentativa de viabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo, aproveitou-se de uma campanha de vacinação para fazer propaganda eleitoral fora de hora. Trata-se de uma ilegalidade que não pode ficar impune", completou.

    O ministro é considerado pelos tucanos o principal adversário do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas próximas eleições. Entre todos os ministros de Dilma, Padilha é recordista de pronunciamentos na TV feitos: fez cinco de um total de oito. Suas aparições anteriores também trataram de campanhas do Ministério da Saúde.

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    CONTRATO

    Sampaio disse ainda que o fato do ministro ter decidido cancelar um convênio com uma ONG fundada por seu pai indica que ele tinha conhecimento da ilegalidade e imoralidade do contrato. Depois que a Folha revelou a parceria, Padilha disse que tentaria cancelar o contrato.

    "Privilegiar parentes enquanto os brasileiros são obrigados a conviver com o caos na saúde pública é conduta deplorável", criticou o tucano.

    Padilha disse que cancelaria o convênio para preservar a ONG. "Para poupar a instituição de qualquer exploração política, eu tomei a decisão hoje de solicitar ao jurídico do ministério a tomar todas as medidas legais possíveis para cancelar esse convênio", afirmou Padilha durante participação em evento na capital paulista.

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