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    Cinco índios são presos suspeitos de envolvimento em assassinatos no AM

    FABIANO MAISONNAVE
    DE SÃO PAULO

    31/01/2014 00h21

    Cinco índios da etnia tenharim foram presos ontem na região de Humaitá (AM) por suposto envolvimento no assassinato de três pessoas, em dezembro, informaram fontes policiais à Folha. Todos os presos foram levados em seguida a Porto Velho, a 200 km de Humaitá.

    Entre os cinco presos estão o cacique Domiceno Tenharim, da adeia Taboca, onde as buscas pelos corpos se concentram, e dois filhos do cacique Ivan Tenharim, morto no início de dezembro após cair da moto –foi aberto um inquérito sobre o caso, ainda não concluído.

    As prisões ocorreram na Terra Indígena Tenharim, em trecho da Transamazônica cerca de 130 km de Humaitá. Para a captura, a Polícia Federal comandou uma megaoperação com homens da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Exército e da Força Nacional.

    Até a publicação desta notícia, não havia informações sobre se haviam sido encontrados os corpos do funcionário da Eletrobras Aldeney Salvador, do representante comercial Luciano Ferreira e do professor Stef de Souza.

    HUMAITÁ

    Os três viajavam juntos pela Transamazônica quando desapareceram em 16 de dezembro. No início do mês, a PF encontrou peças de automóvel queimadas na terra tenharim, mas o resultado da perícia não foi divulgado.

    O desaparecimento dos três motivou protestos em Humaitá, que terminaram na depredação de carros e instalações da Funai, em 24 de dezembro. No dia seguinte, incendiaram postos de pedágios que os índios mantinha em trecho da Transamazônica que corta terras indígenas.

    Uma das hipóteses com a qual a PF trabalha é de que os três teriam sido assassinados em retaliação à morte de Ivan. No início do mês, a família de Ivan disse à Folha que nunca achou que o cacique havia sido assassinado, mas que se acidentou.

    A reportagem também entrevistou Domiceno, que permitiu a entrada na aldeia e nega qualquer envolvimento com os desaparecimentos. Na época, Domiceno disse que a PF o pressionou a dar os nomes dos supostos assassinos durante o interrogatório. "O delegado ficava pedindo pra eu escrever o nome do culpado e jogar na estrada", disse.

    Em resposta, o Ministério da Justiça enviou uma força-tarefa para a região, inicialmente com cerca de 300 homens. A Folha tentou entrar em contato com o advogado dos tenharim, mas ele não foi localizado.

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