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    Vice da Câmara dos Deputados nega problema institucional com o STF

    TAI NALON
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    04/02/2014 12h04

    O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), afirmou nesta terça-feira (4) que não tem "nenhuma briga com o Supremo".

    Vargas foi protagonista ontem da sessão de abertura do Congresso Nacional ao fazer, ao lado do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, o gesto adotado por petistas presos no processo do mensalão e que virou símbolo da campanha contra o resultado do julgamento.

    "Não temos nenhuma briga com o Supremo. Temos uma divergência de fundo. Nós entendemos que o julgamento foi político. Um crime eleitoral comum foi tratado como se fosse o maior escândalo de corrupção no Brasil. Enquanto há uma condescendência com os escândalos no período FHC, a compra de voto na reeleição e agora mais recentemente essa questão dos trens de São Paulo, o Metrô de São Paulo", disse.

    Segundo ele, "não há nenhum tipo de embate a ponto de desestabilizar as instituições". O que há, disse, é um tratamento "seletivo" por parte da corte, que está "tratando réus confessos de forma condescendente e homens como o [José] Genoino [ex-presidente do PT], com a história de vida dele, que não cometeu nenhuma ilegalidade a não ser um contrato que tem a ver com a questão eleitoral ser tratado como foi tratado".

    Sérgio Lima-03.fev.2014/Folhapress
    Joaquim Barbosa passa pelo deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados
    Joaquim Barbosa passa pelo deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados

    Questionado se teria manifestado ontem alguma vontade de agredir Barbosa, disse: "Não, de forma alguma. Nada a ver, como diz o matuto. Talvez algum jornalista criativo tenha inventado essa história num momento de excesso de exposição em relação a esse tema."

    CASO SIEMENS

    Sobre o possível desmembramento do inquérito da Siemens que investiga a existência de um cartel que atuava no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e envolve membros do PSDB, o petista disse não ter opinião sobre o tema.

    Afirmou, contudo, que a teoria do domínio do fato, aplicada durante o julgamento do mensalão já que não houve provas materiais contra alguns réus, deve ser aplicada no escândalo de corrupção no governo paulista.

    "Num momento em que você usou um critério para o julgamento da AP 470, esse critério deveria ser aplicado a todos, independentemente se é do PT, PSDB, de outro partido ou sem partido também", defendeu Vargas. Segundo ele, houve "açodamento" por parte do Supremo para julgar o mensalão dessa forma.

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