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    Cotado por Marina para o governo de SP, Feldman se despede da Câmara

    MÁRCIO FALCÃO
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    05/02/2014 16h02

    Um dos principais interlocutores da ex-senadora Marina Silva, o deputado Walter Feldman (PSB-SP) apresentou nesta quarta-feira (5) um pedido de licença da Câmara. Um dos cotados para disputar o governo de São Paulo pela aliança do PSB-Rede, ele adotou um tom de despedida e disse que usava a tribuna da Casa pela última vez.

    Ele justificou que seria incoerente permanecer na Câmara tendo conquistado o mandato pelo PSDB e ocupando hoje outro campo político.

    "Há hoje uma contradição na medida que apoio Eduardo Campos à Presidência, defendo candidatura própria [do PSB] ao governo de São Paulo. Ficaria constrangido se mantivesse o mandato que obtive pelo PSDB. É uma questão de foro íntimo, de busca da permanência da coerência política", afirmou aos colegas.

    Na fala, o deputado disse que não será candidato a deputado federal nem a deputado estadual.

    Após o projeto político da criação da Rede, novo partido de Marina, ser derrubado pela Justiça Eleitoral, Feldman seguiu o grupo político da ex-senadora e se filiou ao PSB passando apoiar o governador Eduardo Campos (PSB-PE) na corrida pelo Palácio do Planalto. A troca partidária motivou uma ação do Ministério Público contra ele por infidelidade partidária.

    Ele afirmou que optou pela licença para não parecer que estava renunciando ao mandato para escapar do pedido de cassação. "Se renunciasse, cairia na ideia da renúncia para fugir do processo".

    Feldman comunicou na terça-feira a Marina sua decisão de se afastar da Câmara. Nos bastidores, o grupo de Marina pressiona Campos a resolver a situação da disputa ao governo de São Paulo, considerada a principal praça do pleito. Os marineiros defendem uma candidatura própria em São Paulo para dar musculatura ao projeto nacional. O PSB de São Paulo, no entanto, negociava apoio para reeleger Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes.

    Marina Silva se recusou a apoiar o governador tucano. Campos, interessado em confirmá-la como vice em sua chapa à Presidência, tem dito que pretende seguir o mesmo caminho da ex-senadora com o objetivo de herdar os votos que ela tem em São Paulo, mas não confirmou publicamente o entendimento.

    Para resolver o impasse com o PSB em São Paulo, o grupo de Marina teria lançado como alternativa costurar apoio ao PV na disputa pelo governo local, em troca o partido apoiara Campos na corrida presidencial.

    PSB e Rede avaliam nomes que poderiam ser lançados em São Paulo. A preferência do PSB seria por Márcio França, mas também são cotados a deputada Luiza Erundina (SP) e o advogado Pedro Dallari.

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