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    Extraditar Pizzolato pode custar R$ 570 mil só em tradução

    SEVERINO MOTTA
    DE BRASÍLIA
    GRACILIANO ROCHA
    MÁRIO CAMERA
    COLABORAÇÃO COM A FOLHA, DE MODENA (ITÁLIA)

    10/02/2014 03h10

    O pedido de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato pode custar caro ao Ministério Público Federal.

    Para fazer o pedido, é necessário enviar à Itália uma cópia com tradução juramentada da decisão do julgamento do mensalão, no qual Pizzolato foi condenado. Esse é um dos itens do tratado de extradição entre os países.

    A Folha solicitou o orçamento a uma empresa de tradução juramentada que presta serviços para grandes empresas e para órgãos públicos. O valor mínimo necessário para verter as 8.405 páginas do acórdão é R$ 577 mil.

    Segundo a empresa, o valor foi calculado levando em conta o tamanho do documento e o limite de tempo para a conclusão do serviço, uma vez que a peça deve estar na Itália em até 40 dias.

    A Procuradoria Geral da República afirma que já começou a tradução, mas não informa se o faz com servidores próprios ou contratando terceiros. Tampouco informa se irão traduzir apenas os trechos relativos a Pizzolato ou a totalidade do documento.

    COMPARTILHAMENTO

    A Itália vai compartilhar com a Polícia Federal os dados dos dois computadores e um tablet apreendidos durante a operação que resultou na prisão de Henrique Pizzolato, na quarta-feira da semana passada, em Maranello.

    Os equipamentos ainda não foram examinados. Policiais ouvidos pela Folha acreditam que podem incluir os rastros de crimes, como a falsificação de documentos.

    Em novembro do ano passado, surgiram rumores de que Pizzolato teria fugido para a Itália com um pen drive com um dossiê com dados da campanha presidencial de Lula em 2002 -o que ainda não foi confirmado.

    "Até agora, nosso trabalho ficou focado nos documentos falsos que encontramos com ele. Agora, vamos trabalhar na questão dos computadores", disse à Folha o coronel Francesco Fallica, diretor da divisão de cooperação internacional da polícia italiana.

    O número 1 da Interpol na Itália vai se reunir hoje com o adido da Polícia Federal em Roma, Disney Rosseti.

    Segundo Fallica, os brasileiros devem participar da análise dos arquivos.

    Pela lei brasileira, a verificação de dados em um computador depende de um juiz autorizar a quebra de sigilo.

    Além da ação de extradição para cumprir pena de 12 anos e 7 meses da condenação do mensalão, ele vai responder por uso de documento falso na Itália por ter apresentado o passaporte com o nome do irmão Celso Pizzolato, morto em 1978. A PF também instaurou inquérito no Brasil para apurar o caso.

    A mulher de Pizzolato, Andrea Eunice Haas, teria deixado na sexta o apartamento de Fernando Grando, sobrinho de Pizzolato, último esconderijo do casal na Europa. Grando, que é engenheiro da Ferrari, não quis se pronunciar.

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