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    Indicação de Bolsonaro para Comissão de Direitos Humanos atrapalha PT

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    11/02/2014 14h14

    A ameaça do PP em indicar o deputado Jair Bolsonaro (RJ) para comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara travou nesta terça-feira (11) a definição da bancada do PT sobre as comissões que pretende presidir neste ano.

    Os deputados petistas terminaram a reunião sem consenso. A prioridade é a escolha da Comissão de Constituição e Justiça, principal colegiado da Câmara. O partido ainda tem outras duas vagas de presidência. Há uma tendência para que fiquem com as comissões de Agricultura e Saúde.

    Petistas ligados aos direitos humanos, no entanto, defenderam que seja priorizada a Comissão de Direitos Humanos que no ano passado foi alvo de polêmica ao ser chefiada pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), criticado por ativistas negros e gays. O colegiado ficou mais de um mês sem reuniões diante dos protestos contra o parlamentar. O PSC chegou ao comando da comissão porque o PT, que tradicionalmente ocupava o posto, abriu mão.

    Alan Marques-17.dez.2013/Folhapress
    Deputado Jair Bolsonaro conversa com o ex-presidente da comissão Marco Feliciano
    Deputado Jair Bolsonaro (à dir.) conversa com o ex-presidente da comissão Marco Feliciano

    Mesmo com a indefinição, o líder do PT, Vicentinho (SP), disse que a bancada não vai permitir que a Comissão de Direitos Humanos seja tomada novamente por polêmicas.

    "Nós não tomamos a definição porque estamos procedendo a melhor forma, ouvindo todos os segmentos e assegurando um debate. O que eu posso assegurar é que nunca mais essa Comissão de Direitos Humanos vai passar o constrangimento do ano passado", disse.

    A estratégia do PT é convencer o PP a recuar na indicação de Bolsonaro, também conhecido pelas posições conservadoras e ataques a movimentos gays. O PP deseja continuar a comandar a Comissão de Minas e Energia, mas o PSD, que tem prioridade na escolha, deve ficar com o colegiado.

    O nome de Bolsonaro é visto como pressão para manter Minas e Energia. Na sua bancada, ele argumenta que se for indicado a presidente pode fazer do colegiado uma vitrine eleitoral e conseguir mais de 1 milhão de votos, ajudando a aumentar a ampliar o partido na Casa no ano que vem.

    MAIS COMISSÕES

    Atualmente, a Câmara tem 21 comissões permanentes –são nesses colegiados que os projetos temáticos são analisados primeiramente. As escolha das comissões seguem o tamanho das bancadas. O PT, maior bancada, tem direito a três comissões, por exemplo.

    O comando da Câmara discute aumentar o número de colegiados. Foi proposto dividir a Comissão de Turismo e Desporto em duas ou Seguridade e Família também em duas. Essa discussão deve ser feita até a próxima semana, com isso, as comissões só devem funcionar depois do feriado de Carnaval.

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