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    Após morte de sem-terra, grupo destrói agências bancárias na BA

    MÁRIO BITTENCOURT
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM VITÓRIA DA CONQUISTA

    12/02/2014 12h21

    Após o registro de uma morte, duas agências bancárias terem as vidraças destruídas e um posto de gasolina ter sido danificado, a polícia de Buerarema, no sul da Bahia, informou ter chamado o Exército para conter manifestações de grupos de sem-terra com fazendeiros da cidade.

    Os atos de vandalismo contra agências do Banco do Brasil e Bradesco e ocorreram na madrugada desta quarta-feira (12). No mesmo dia, manifestantes colocaram fogo em placas de propaganda de um posto.

    Houve confronto entre manifestantes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar, que teve de usar bombas de efeito moral. Ninguém foi preso, segundo a Polícia Civil.

    Os atos foram realizados após a morte do líder de um assentamento rural ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Juraci José dos Santos Santana, 44, ocorrido na madrugada desta terça (11), em Una, município vizinho a Buerarema.

    CONFLITO COM ÍNDIOS

    Os agricultores afirmam que o culpado pela morte são índios tupinambás, com quem estão em conflitos desde o final do ano passado, por conta de invasões de índios a fazendas da região.

    Nesta terça também houve manifestações na cidade, com os agricultores interditando durante todo o dia a BR-101. Eles tentaram, inclusive, destruir uma ponte. Segundo a polícia, mais de mil pessoas estavam no protesto.

    Por causa dos conflitos na região, o Ministério da Justiça chegou a manter na região a Força Nacional de outubro de 2013 até o início deste mês. A retirada da Força Nacional também é motivo de revolta dos manifestantes.

    Os índios estão invadindo terras na região desde o início de 2012. Eles reivindicam do Ministério da Justiça a publicação da Portaria Declaratória da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Demarcada em 2009, pela Funai (Fundação Nacional do Índio), a área indígena tem 47.367 hectares e está numa área entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema.

    Segundo os índios, eles estão em mais de 50 fazendas. Os conflitos também se acirraram nos últimos dias entre índios e a Polícia Federal, por conta de cumprimentos de mandados judiciais de reintegrações de posse. Mais de 20 fazendas foram reintegradas, mas os agricultores dizem que índios já reocuparam algumas propriedades.

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