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    Réu do mensalão tucano abandona contrato com PSDB

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    12/02/2014 21h19

    A empresa Pensar Comunicação Planejada pediu nesta quarta-feira (12) o encerramento do contrato que mantém com o PSDB desde 2009.

    O pedido veio após reportagem da Folha revelar que a empresa tem como um de seus sócios o jornalista Eduardo Guedes, réu no processo do mensalão tucano.

    A Pensar tem como um de seus sócios o jornalista Eduardo Guedes, réu no processo do mensalão tucano, que presta serviços de comunicação ao presidente do partido, senador Aécio Neves (PSDB-MG).

    Em carta enviada ao comando nacional do PSDB, o presidente da empresa, Ivan Manso Guedes, diz que o rompimento do contrato tem como objetivo evitar "constrangimentos" à direção tucana.

    "A nossa decisão decorre da constatação das notórias tentativas de utilizar fato ocorrido há 15 anos atrás, em Minas Gerais, ainda sob o exame da justiça –portanto sem nenhuma conclusão– que envolve como acusado um dos nossos prestadores de serviços, o jornalista Eduardo Guedes, com claro intuito de criar indevidas suspeições e injustos constrangimentos à direção do partido", diz a carta.

    Ivan Guedes também diz que Eduardo Guedes, que é seu irmão, "aguarda a oportunidade de apresentar sua defesa" e está confiante de que será absolvido. O jornalista atua nos bastidores e na etapa inicial da campanha presidencial de Aécio como um de seus mais próximos conselheiros.

    Ontem, a assessoria do presidenciável mineiro disse que não há decisão judicial contra o jornalista e acrescentou que ele presta serviços para o PSDB desde 2009, antes, portanto, de Aécio assumir a presidência da sigla.

    ACUSAÇÃO

    Na peça em que pede a condenação do ex-governador de Minas e atual deputado Eduardo Azeredo (PSDB) a 22 anos de prisão, a Procuradoria Geral da República diz que Guedes determinou à Copasa, a Cemig e ao Bemge, órgãos estaduais, que dessem R$ 3,5 milhões (R$ 9 milhões nos valores de hoje) a SMP&B para patrocínio de evento esportivo.

    À época, ele era secretário-adjunto de Comunicação do governo mineiro. O valor, segundo a Procuradoria, acabou sendo desviado para alimentar a campanha à reeleição de Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. O ex-governador nega participação nos desvios.

    Segundo a Procuradoria, o esquema foi operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, da SMP&B, que fez empréstimos fraudulentos para dificultar a identificação dos recursos públicos desviados. Esquema semelhante foi usado por Valério, anos depois, no mensalão do PT, que resultou em sua condenação pelo STF e posterior prisão em 2013 na Papuda, em Brasília

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