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    De olho em alianças, oito governadores trocam secretariado

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR
    DIOGENES ARTHUR CAMPANHA
    DE SÃO PAULO

    15/02/2014 03h15

    De olho em alianças eleitorais, pelo menos oito governadores trocaram titulares de secretarias para acomodar potenciais apoiadores e deixar de fora aqueles que irão seguir em voo solo em 2014.

    As principais mudanças envolvem PT e PSB, que romperam aliança nacional em 2013 e seguirão rumos diferentes com as candidaturas ao Planalto de Dilma Rousseff e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

    Os arranjos locais também foram determinantes para as alterações. Em três grandes colégios eleitorais –Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco–, o secretariado mudou com a saída de antigos aliados que se tornarão rivais neste ano.

    O movimento incluiu a nomeação de secretários ligados a outros partidos, com promessas de apoio eleitoral.

    Sérgio Lima/Folhapress
    Índio da Costa (PSD), retirou a própria pré-candidatura e anunciou apoio a Pezão
    Índio da Costa (PSD), retirou a própria pré-candidatura e anunciou apoio a Pezão

    O cenário pode ainda se estender a outros quatro Estados, onde os chefes do Executivo esperam apenas definição de aliados para fazer reformas nas gestões.

    REARRANJOS

    No Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) ofereceu ao PSD e ao SDD (Solidariedade) as duas pastas antes ocupadas pelo PT, que rompeu aliança para lançar a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

    Antes mesmo de aceitar a pasta do Ambiente, o presidente do PSD-RJ, Índio da Costa, retirou a própria pré-candidatura e anunciou apoio ao escolhido de Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

    A lógica da eleição presidencial orientou ainda trocas em PE, onde Campos reduziu de 28 para 22 o número de secretarias, contrapondo-se aos 39 ministérios de Dilma.

    PT e PTB, que se articulam contra o candidato de Campos ao governo, deixaram seus postos. O PSDB, que irá apoiar o PSB no Estado, com Aécio dividindo o palanque local com o governador, assumiu o Trabalho e o Detran.

    Petistas também já foram substituídos no secretariado do pessebista Wilson Martins, no Piauí, e o PSB deixou a pasta do Turismo da Bahia, de Jaques Wagner (PT).

    As reformas foram marcadas também pela criação de secretarias, algumas delas extraordinárias, para ampliar a base ou prestigiar aliados. Na Bahia, o novo Conselho do Desenvolvimento Econômico selou a adesão do PTB.

    Em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) criou três secretarias e abrigou numa delas o pré-candidato do partido à sua sucessão, Nelsinho Trad.

    TROCAS EM ESCALA

    As reformas estaduais incluem servidores de segundo e terceiro escalões. O PT do Rio calculou em 700 o número de filiados trabalhando nas pastas que eram comandadas pela sigla na gestão Cabral.

    Em Goiás, a reforma que Marconi Perillo (PSDB) fez para substituir os secretários que serão candidatos resultou em 419 exonerações num único decreto em dezembro.

    Com 14 partidos na base, o tucano prestigiou o partido de seu vice, José Eliton. O PP assumiu a "supersecretaria" de Infraestrutura e Urbanismo, que absorveu três pastas.

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