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    Campos vê união com Aécio no 2º turno

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    15/02/2014 03h15

    O governador Eduardo Campos (PSB-PE) afirmou ontem a dirigentes do PPS que ele e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vão se unir no segundo turno da disputa à Presidência da República.

    A afirmação, feita a portas fechadas antes da abertura da reunião do diretório nacional do PPS, em Brasília, foi confirmada à Folha por participantes da conversa.

    Principais nomes na corrida contra a reeleição de Dilma Rousseff (PT), Campos e Aécio já haviam acertado nos bastidores um pacto de não agressão na campanha.

    O senador mineiro preside hoje o principal partido de oposição a Dilma, o PSDB. Em dezembro, em conversa informal com jornalistas, Aécio já tinha sinalizado a intenção de apoiar o pernambucano caso não conseguisse chegar ao segundo turno.

    Já Campos comanda um partido que foi por quase 11 anos aliado da gestão do PT no governo federal, o PSB, tendo ele próprio sido ministro de Estado.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O governador de Pernambuco e pré-candidato à presidente Eduardo Campos na reunião do diretório nacional do PPS em Brasília
    Governador Eduardo Campos (PSB-PE) na reunião do diretório nacional do PPS em Brasília

    De acordo com os relatos, Campos disse haver dois motivos para que as duas candidaturas fiquem unidas no segundo turno.

    O primeiro diz respeito às questões estaduais —PSDB e PSB devem se unir contra Dilma e o PT na maioria dos Estados, entre eles São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco.

    O segundo é o acirramento da troca de ataques entre PT e PSB, embora o ex-presidente Lula tenha pedido a petistas para não hostilizarem o ex-aliado como uma forma de manter as pontes.

    Campos chegou a ser chamado de "playboy mimado" na página do PT no Facebook. Na semana passada foi classificado, embora não tenha tido o nome citado, como "cara de pau" por Dilma.

    No seu discurso ontem no encontro com o PPS, Campos disse ter faltado "humildade" a Dilma ao fazer essa declaração e afirmou que não levará a disputa com ela para uma "briga de rua".

    De acordo com pesquisa do Datafolha de dezembro, Aécio era o desafiante mais bem posicionado, com 19% das intenções de voto. Campos tinha 11%. A liderança era de Dilma, com 47%.

    Nos microfones, Campos teceu ontem vários elogios a Aécio. "Mantemos uma relação de muito respeito mútuo, pela qualidade do político que ele é, pela capacidade que mostrou ao gerir o Estado de Minas."

    SÃO PAULO

    A conversa entre Campos e o PPS, que recentemente anunciou apoio à sua candidatura, foi motivada pelo imbróglio em São Paulo.

    O pernambucano é instado pelo PPS a resistir à pressão da possível vice em sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, e apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB).

    Na conversa, Campos explicou não poder melindrar Marina —que defende candidato próprio no Estado— e ponderou que, assim como no plano nacional, PSDB e PSB estarão juntos no segundo turno em São Paulo.

    Ele disse que a situação pode mudar caso consiga convencer o PV a apoiar sua candidatura. Isso poderia levá-lo a endossar o nome do vereador Gilberto Natalini.

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