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    Estados planejam investir o dobro em ano de eleição

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    16/02/2014 03h00

    Os governos estaduais turbinaram os planos de investimento neste ano eleitoral.

    Juntos, os 27 governadores planejam investir R$ 90 bilhões, o dobro do que foi gasto em média nos outros três anos de seus mandatos (2011, 2012 e 2013).

    Previstos nos Orçamentos, os investimentos serão direcionados ao planejamento e à execução de obras. Via de regra, representam as principais promessas dos governadores e, por isso, constituem as despesas de maior visibilidade eleitoral.

    Em 2013, segundo levantamento da Folha nos Orçamentos de 26 Estados e do DF, os governos já avançaram significativamente: gastaram R$ 55 bilhões em investimentos, 45% acima dos R$ 38 bilhões despendidos em 2011.

    Mas nem tudo que está previsto no Orçamento para 2014 deverá sair do papel.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No ano passado, os Estados planejavam investir R$ 79 bilhões, mas só gastaram de fato 70% desse montante.

    Caso esse índice de execução se mantenha, os investimentos devem atingir R$ 63 bilhões neste ano -ainda assim, um recorde desde 2011.

    ANO ELEITORAL

    Se depender do ânimo dos governadores, o percentual a ser gasto neste ano deverá ser bem maior.

    "O ano eleitoral anima muito a classe política", diz o secretário da Fazenda de Goiás, José Taveira Rocha.

    "Eu não vou ser cínico para dizer que o governador não tem interesse eleitoral nesses investimentos. Óbvio que tem. E aí temos a variável ânimo", afirma Rocha.

    Goiás quase triplicou seus investimentos desde 2011. Neste ano, pretende gastar até 20% da receita com isso (cerca de R$ 4 bilhões), a maior parte em rodovias.

    Atualmente, a ordem é acelerar e finalizar o maior número de obras possível até julho, prazo limite para inaugurações em ano de eleição.

    Especialistas apontam que, no último ano de mandato, além da vontade de investir mais, os gastos com investimento atingem um pico de "maturação".

    "Quem está no governo já dominou o ciclo do investimento no quarto ano. Nos dois primeiros anos, estava organizando a casa, preparando as coisas", diz o economista e técnico em planejamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Aristides Monteiro Neto.

    FORÇA-TAREFA

    Alguns Estados montaram estratégias de gestão ao longo do mandato para acelerar os investimentos. Os governos apontam como principais dificuldades a burocracia e a falta de projetos.

    No Distrito Federal, esse tipo de gasto ganhou prioridade. Uma "junta orçamentária" comandada pelo governador acompanha semanalmente os investimentos e cobra sua execução.

    A flexibilidade no Orçamento, autorizada pela Câmara, também permite ao governo remanejar parte dos recursos de uma obra parada, por exemplo, para outra.

    Em Santa Catarina, o governo instituiu um "escritório de projetos" responsável por escrever propostas de obras e acelerar os trâmites burocráticos.

    A maior dificuldade, porém, é encontrar recursos. Não por acaso, a principal medida adotada pelos Estados para acelerar os investimentos foi a tomada de empréstimos.

    Em alguns Estados, como Santa Catarina, os financiamentos respondem por até 90% dos recursos empregados nas obras.

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