O secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, Julio Semeghini (PSDB), teve sua conta no Twitter invadida por hackers na noite desta segunda-feira (17).
Numa postagem, o grupo Anonymous assume a autoria do ataque virtual, que mira diretamente o governador Geraldo Alckmin e outros políticos do PSDB.
Na conta de Semeghini foram postadas diversas mensagens sobre o caso Siemens, que investiga formação de cartel e pagamento de suborno a agentes públicos nos governos do PSDB no Estado.
Algumas delas, acusam o próprio secretário de ter recebido dinheiro de empresas investigadas por suposta participação no esquema. Ele não está entre os citados na investigação que corre sobre o caso no STF (Supremo Tribunal Federal).
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Hackers invadem conta do secretário de Planejamento de SP, Julio Semeghini (PSDB), no Twitter |
As mensagens começaram a ser publicadas por volta de 23h30. "As multinacionais Alstom e Siemens ajudaram a financiar a campanha de Geraldo Alckmin em 2002", diz um dos textos. "Envolvidas em corrupção, multinacionais fizeram doações para Alckmin e tucanos como José Aníbal, Julio Semeghini e Barros Munhoz", diz outra postagem.
Aníbal é secretário de Energia de São Paulo. Munhoz é deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa. Apenas Aníbal é citado por delatores do esquema no processo que corre no Supremo como destinatário de propinas. Ele nega todas as acusações e acionou judicialmente o responsável pela denúncia.
Os hackers também fizeram ataques à mídia. "Foda-se o PSDB. Foda-se a imprensa", escreveram. Diversas imagens foram usadas para ilustrar os textos que foram apagados cerca de cinquenta minutos depois. A Folha não conseguiu localizar Semeghini para comentar o caso.