O PT confirmou, na manhã deste sábado (22), que terá candidato próprio ao governo do Rio. Na quadra da escola de samba Salgueiro, na zona norte da cidade, o senador Lindbergh Farias teve a homologação do seu nome confirmada por 350 delegados regionais do partido.

Após a rápida votação, Lindbergh subiu ao palco acompanhado do presidente nacional do partido, Rui Falcão, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do líder do MST, João Pedro Stédile e de toda a bancada de deputados estaduais e federais do Rio.

"O PT do Rio consagra Lindbergh o seu candidato a governador. Um governador para todos os habitantes, diferente do que há hoje", disse Rui Falcão, presidente nacional do partido.

"As alianças que ajudaram a eleger o presidente Lula foram importantes para mudar e trazer avanço ao país. Agora, esse sistema de alianças se esgotou. Temos que hoje preparar, a partir dos Estados, um país que vá evoluir mais, fazendo uma revolução democrática. O Rio precisa recuperar o seu protagonismo político", afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro

A ideia da coordenação da campanha do candidato era mostrar força e mobilização nacional do senador Lindbergh. Afinal, horas antes do encontro regional do PT, o presidente do PMDB, no Rio, o ex-deputado Jorge Picciani tentou uma última cartada para manter a aliança entre PT e PMDB e, assim, evitar a candidatura do senador, ex-líder estudantil.

Picciani teria sugerido que o partido abandonaria a aliança com a presidente Dilma Rousseff e ofereceria o palanque ao senador Aécio Neves, do PSDB, candidato tucano à presidência da República. Por isso, Lindbergh e seus assessores na campanha resolveram ainda convidar para o evento o deputado federal Brizola Neto, do PDT, e representantes do PC do B e PSC, além do ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrieli. Para os petistas estava dado o recado ao PMDB.

O ex-deputado Picciani não atendeu os telefonemas da Folha. A sua assessoria também não retornou os contatos feitos pela reportagem.

UPPs

"Foram meses de lutas, de reuniões e mesmo assim hoje ele (Jorge Picciani) voltou a ameaçar. Só tenho um recado para ele: que volte a cuidar de sua fazenda de gado no Sul fluminense. Pretendo fazer uma campanha equilibrada em que pretendo manter coisas boas, mas mexendo nessas coisas. Por exemplo: as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) não podem ser apenas uma ocupação policial. É preciso ter uma ocupação educacional com estudo integral nas comunidades", afirmou o senador.

Lindbergh Farias garantiu que a presidente Dilma terá no Rio o seu maior defensor e afirmou ainda que se inspira no ex-presidente Lula, em primeiro lugar, e no ex-governador Leonel Brizola que administrou o Rio de 1982 a 1986 e depois de 1990 a 1994 para fazer uma administração que afirma ser para o povo.

"O que acontece hoje no Rio é a política do Robin Hood às avessas. Cobra imposto do pobre e dá benefícios a setores específicos da sociedade. Existem dois Rios: um do cartão postal e outro real, do trabalhador, onde os transportes são ruins e falta água em diversos pontos do Estado", diz.

No discurso de quase 30 minutos, Lindbergh Farias ainda apontou a educação como a prioridade em seu governo.

"Prometo recuperar os 503 Cieps construídos no Rio. Quero pensar numa educação integral mas vou analisar como pode ser isso. Modernizando a ideia de Leonel Brizola e Darci Ribeiro em um novo momento. Quero um Ciep, atualizado, em 2014 aplicando toda essa tecnologia, o ensino técnico e a cultura", disse.

Sérgio Lima - 20.jun.2013/Folhapress

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)