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    Dirceu recebeu defensor público fora do dia de visita e justiça abre apuração

    MATHEUS LEITÃO
    DE BRASÍLIA

    28/02/2014 18h25

    O ex-ministro José Dirceu recebeu a visita de um dos chefes da Defensoria Pública da União, Heverton Gisclan Silva, no Complexo Penitenciário da Papuda, no último 6 de janeiro –uma segunda-feira–, dia em que não são previstas visitas.

    Silva não consta da lista de 10 visitantes de Dirceu e também não atua na defesa do ex-ministro, o que justificaria a ida dele ao presídio. Todavia, os dias de visita são quarta e quinta-feira.

    A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal considerou a visita irregular por não ter sido autorizada e abriu investigação no início da semana para apurar o caso, informou a assessoria de imprensa.

    Procurado pela Folha, Silva admitiu a conversa com Dirceu e informou que foi conversar sobre o caso do mensalão, do qual é estudioso. "Farei uma palestra no campus de Feira de Santana, Universidade Federal da Bahia, no dia 29 de maio, quando abordarei o processo".

    "Segui todas as regras de segurança e fui autorizado a entrar pela administração carcerária ao chegar na porta do presídio", completou.

    Silva acrescentou que fez parte de um grupo formado na Defensoria Pública da União sobre o caso, que atuou no apoio a Haman Córdova, único defensor público no processo do mensalão. Córvoda defendeu o ex-dono da corretora Natimar, Carlos Alberto Quaglia, que teve o seu processo anulado.

    Silva é chefe da chamada categoria especial da Defensoria Pública da União, um posto onde defensores atuam nas cortes superiores.

    No mesmo dia 6 de janeiro, quando Silva esteve no presídio, Dirceu teria usado um celular, o que é considerado irregular. Silva nega que tenha feita a ligação. "Deixei o meu celular na porta do presídio", disse.

    Nesta semana o Ministério Público do DF pediu que a justiça determine medidas para acabar com supostas regalias a presos do mensalão divulgadas na mídia.

    Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão e cumpre pena no CIR (Centro de Internamento e Reeducação), ala do regime semiaberto da Papuda.

    Procurado, o advogado de Dirceu, José Luis Oliveira Lima, afirmou não ter conhecimento da visita e que, por isso, não iria comentar.

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