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    Para economizar, governo reduz viagens de servidores durante a Copa

    TAI NALON
    DIMMI AMORA
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    03/03/2014 03h00

    A chamada inflação da Copa já assusta o governo, que age para contornar a disparada dos preços de passagens aéreas e hospedagem prevista para a época do evento.

    A Folha apurou que órgãos federais dispararam circulares ou orientações informais instruindo seus servidores a evitar viagens no período. Se os deslocamentos são inevitáveis, porém, a estratégia é cotizar a locação de casas ou apartamentos.

    A Polícia Rodoviária Federal repete experiência testada na Copa das Confederações, no ano passado, quando os preços também subiram.

    Neste ano, com o deslocamento em massa de equipes para estradas próximas às cidades-sede -onde, nos cálculos do órgão, haverá aumento de até 50% no movimento de veículos-, policiais já se organizam para alugar casas em conjunto.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) divulgou comunicado há três semanas em que orientava a "comunidade acadêmica" a não pedir ajuda de custo para conferências, congressos e outros eventos nas cidades da Copa.

    Atitude semelhante também vem sendo tomada pelo Ministério da Educação com bolsistas do Ciência sem Fronteiras. A Capes comprou com antecedência passagens para os bolsistas que terão que voltar ao país até junho, quando começam os jogos.

    A iniciativa foi informada pela diretora de Relações Internacionais da agência, Denise Neddermeyer, em reunião no mês passado. De acordo com a ata do encontro, a compra adiantada dos bilhetes ocorreu "a fim de contornar os altos custos acarretados pelo período da Copa do Mundo".

    Nas agências reguladoras, responsáveis pela fiscalização de vários setores, a diretriz é só realizar viagens para o que for extremamente essencial. A tesoura não está poupando nem a Anac (Aviação Civil) nem a ANTT (Transporte Terrestre).

    Servidores federais recebem diárias quando viajam a serviço do governo. Os valores variam de R$ 177 a R$ 581, a depender do deslocamento -viagens para o Sudeste são mais caras -e do cargo- ministros de Estado recebem os maiores valores.

    Em 2013, os gastos do governo federal com diárias, passagens e despesas de transporte atingiram R$ 2,2 bilhões, um avanço de 29% em relação ao registrado em 2012, segundo dados oficiais.

    Dos 10 órgãos que mais gastaram, oito aumentaram suas despesas com esses itens. O Ministério da Saúde é o líder, tendo dobrado a despesa de um ano para o outro.

    O Exército, que gastou no ano passado R$ 136 milhões com esses deslocamentos, informou que já determinou que sejam evitadas viagens no período do mundial.

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