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    'Blocão' ignora Planalto e convocará Chioro; comissão vai analisar caso de propina a Petrobras

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    11/03/2014 15h36

    Apesar das investidas do Planalto para esvaziar o "blocão" da Câmara dos Deputados, líderes dos sete partidos governistas e um oposicionista que formam o grupo definiram nesta terça-feira (11) aprovar a convocação do ministro Arthur Chioro (Saúde) para prestar esclarecimentos na Comissão de Finanças.

    O grupo também manteve o acerto para aprovar uma comissão externa para apurar a suspeita de pagamento de propina de uma empresa holandesa para a Petrobras. O entendimento foi fechado durante um almoço que reuniu líderes do PMDB, PTB, PR, PSC e SDD. PP, PROS e PDT enviaram vice-líderes.

    Ao todo, as comissões da Câmara precisam analisar 21 pedidos de convocação de ministros. Do total, sete pedem esclarecimentos de Chioro sobre o programa Mais Médicos, vitrine eleitoral da presidente Dilma Rousseff.

    Segundo o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), a maioria do "blocão" quer a convocação do ministro da Saúde que está prevista para ser votada amanhã. Ele afirmou que os casos dos outros ministros serão analisadas individualmente por cada bancada, já que há tentativas de convocar ministros de partidos que fazem parte do grupo, como Edison Lobão (Minas e Energia) para falar de apagão e Petrobras.

    Aretha Yarak28.fev.2014/Folhapress
    Arthur Chioro acompanha desfile das escolas de samba no Anhembi, em SP
    Arthur Chioro acompanha desfile das escolas de samba no Anhembi, em SP

    Ficou definido ainda que os partidos vão tentar aprovar na sessão da noite de hoje uma comissão externa para apurar a suspeita de que a holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias como a Petrobras, teria pago suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil. A estatal é uma das prioridades da presidente.

    O PT vai tentar esvaziar a sessão e anular o pedido de convocação da comissão externa. O líder do PT, Vicentinho (SP), disse que, como a Folha mostrou, o Ministério Público da Holanda indicou que não há investigação envolvendo a Petrobras. Ele afirmou que os deputados querem dar um passeio naquela cidade.

    Ex-líder do PT, o deputado José Guimarães (CE), usou a tribuna fazendo um apelo para que a briga política não prejudique o país. "É preciso separar o que é divergência política do caminho que pode trazer prejuízo ao país".

    O Planalto tem atuado nos bastidores para minimizar o "blocão". Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) chamaram para conversar as cúpulas do PR, PROS, PP, PDT e PTB. As conversas, dizem os líderes, não estão surtindo efeito ainda para acalmar os aliados.

    DESAGRAVO

    Durante a reunião do "blocão", o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi alvo de um ato de desagravo. Segundo o líder do PTB, ele tem sido agredido pelo Planalto de uma forma desrespeitosa. Cunha foi isolado pelo governo nas negociações do partido depois que se tornou porta-voz da ala insatisfeita da legenda com a reforma ministerial e com as alianças estaduais o que acabou levando a protagonizar embates com líderes do PT.

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