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    José Dirceu nega uso de celular dentro do presídio da Papuda

    MARIANA HAUBERT
    MATHEUS LEITÃO
    DE BRASÍLIA

    11/03/2014 16h19

    O ex-ministro José Dirceu negou nesta terça-feira (11) ter usado um celular dentro do presídio da Papuda, onde está preso desde novembro.

    Em audiência realizada por videoconferência no início da tarde, o petista afirmou ao juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, que não falou com ninguém de fora do presídio nem por intermédio de terceiros.

    Em janeiro, o "Painel" da Folha revelou que o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, na gestão de Jaques Wagner (PT), confirmou ter conversado com Dirceu em 6 de janeiro pelo celular de um amigo em comum que o visitava na prisão. A entrada de celulares no presídio é proibida.

    De acordo com o advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima, a audiência durou 20 minutos. O ex-ministro foi questionado sobre o uso do aparelho e sobre regalias que estaria tendo na prisão. O juiz perguntou ainda sobre as visitas que o petista estaria recebendo fora do horário pré-determinado. Segundo o advogado, Dirceu negou que tenha recebido tais visitas e disse ao juiz que aguarda a análise do seu pedido de trabalho externo.

    A Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF, subordinada ao governador petista Agnelo Queiroz, realizou duas investigações sobre o caso. Após concluir a primeira em apenas cinco dias, foi ordenada pela VEP a refazer o processo.

    Segundo o juiz substituto Mário José de Assis Pegado, a primeira investigação não realizou "oitiva do interno, nem o atendimento de qualquer das diligências já determinadas [...], quando [foi] requisitada a instauração de inquérito".

    Apesar do reclame formal da Justiça, a segunda investigação também foi concluída em cinco dias. Ribeiro decidiu então, ouvir Dirceu. O caso será analisado também pelo Ministério Público.

    Na decisão que pediu para ouvir Dirceu, Ribeiro chegou a indicar o estranhamento de ver a investigação sendo arquivada em tão pouco tempo.

    "Como é de conhecimento deste Juízo, do Ministério Público do DF, da Defensoria Pública do DF e dos advogados militantes na área, não é incomum que as investigações disciplinares levem meses (às vezes, mais de ano), para serem concluídas, tudo em razão, evidentemente, do excesso de casos, da deficiência estrutural do sistema, da falta de servidores e etc", escreveu.

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