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    Alves e bancada do PMDB saem em defesa de Eduardo Cunha

    MÁRCIO FALCÃO
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    11/03/2014 16h55

    Em reposta à estratégia do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), saiu em defesa do colega Eduardo Cunha (RJ) e classificou de "impossível" o isolamento do líder do PMDB, que representa uma bancada de 76 deputados. Alves afirmou ainda que "isso não passa pela cabeça do PMDB".

    A fala ocorreu minutos antes da bancada do PMDB aprovar nesta terça-feira (11) uma moção de apoio a Cunha afirmando que os ataques ao líder representam "ataques ao PMDB" e que extrapolaram "o patamar da civilidade em quaisquer relações".

    O Planalto tem trabalhado para isolar Cunha depois que ele protagonizou uma guerra verbal com petistas ao manifestar as insatisfações com o Planalto por conta das negociações da reforma ministerial e com a composição dos palanques regionais. O governo avalia que Cunha extrapolou a tornar públicas as críticas ao governo e também ao liderar a formação de um "blocão" de insatisfeitos com sete partidos da base aliada e um oposicionista para dificultar a vida do Planalto em votações.

    Pedro Ladeira - 15.mai.2013/Folhapress
    Eduardo Cunha, líder do PMDB, no plenário da Câmara durante votação da MP dos Portos
    Eduardo Cunha, líder do PMDB, no plenário da Câmara durante votação da MP dos Portos

    "Impossível se isolar o líder da bancada de 76 deputados federais. Pode haver dificuldades, estremecimentos, mas faz parte do jeito político, mas isolar o líder do PMDB isso não passa pela cabeça do PMDB", disse o presidente da Câmara.

    A bancada do PMDB começou a discutir a crise com o Planalto no início da tarde. A primeira decisão foi a defesa de Cunha.

    Questionado sobre os problemas com o Planalto e a frase da presidente Dilma Rousseff de que só há alegrias na relação com o PMDB, ele alfinetou o PT. "É só alegria mesmo. Lógico que num governo deste tamanho, numa relação entre dois partidos tão grandes tem problemas entre os partidos. Mas a relação com ela, eu acredito ser estável e muito boa", disse.

    O presidente da Câmara que esteve reunido com o vice-presidente Michel Temer ao longo da manhã no Palácio do Jaburu e depois encontrou com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que não houve avanços sobre a reforma ministerial.

    VOTAÇÕES INCÔMODAS

    Henrique Alves disse ainda que vai colocar em votação, na noite desta terça, pautas incômodas ao Palácio do Planalto. Uma é a convocação de uma comissão externa para investigar a suspeita de propina de empresa holandesa para a Petrobras. A outra é o Marco Civil da Internet, projeto que Dilma deseja que seja aprovado, mas que aliados ameaçam rejeitar. O governo defende a aprovação do texto do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o Marco Civil, espécie de Constituição da Internet, mas não diante da instabilidade com sua base na Câmara.

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