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    STF deve livrar João Paulo e mais dois do crime de lavagem de dinheiro

    SEVERINO MOTTA
    DE BRASÍLIA

    13/03/2014 03h33

    Com a expectativa de absolver o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) do crime de lavagem dinheiro, o Supremo Tribunal Federal analisa hoje os últimos recursos do processo do mensalão e deve colocar um ponto final no julgamento mais longo de sua história.

    Revelado pela Folha em 2005, o mensalão chegou ao STF no ano seguinte e começou a ser julgado pelo plenário em agosto de 2012.
    Na primeira etapa, 25 réus foram condenados, entre eles o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.

    De 2012 para cá, dois ministros se aposentaram –Ayres Britto e Cézar Peluso– e suas cadeiras foram preenchidas por Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.

    Hoje, na 69ª sessão de julgamento do mensalão, a corte analisará os últimos recursos de João Paulo Cunha, do ex-assessor do PP João Cláudio Genu e do ex-sócio da corretora Bonus Banval Breno Fischberg. Os três apelam contra a condenação pelo crime de lavagem de dinheiro.

    O que está em posição mais delicada é João Paulo. Ele foi condenado –sem a possibilidade de recorrer– pelos crimes de corrupção e peculato a 6 anos e 4 meses de prisão.

    Se a condenação por lavagem for mantida e sua pena acrescida em três anos, o total ultrapassará oito anos e o ex-deputado terá de migrar do regime de prisão semiaberto para o fechado.

    Mas, segundo ministros ouvidos pela Folha, a expectativa é que Zavascki e Barroso votem pela absolvição.

    Editoria de Arte/Folhapress

    João Paulo foi considerado culpado pelo STF por ter recebido propina, segundo a denúncia, para beneficiar empresas do operador do mensalão, Marcos Valério.

    Na tentativa de despistar o recebimento de parte dos recursos, ele enviou sua mulher para sacar R$ 50 mil numa agência do Banco Rural em Brasília e, por isso, também foi condenado por lavagem de dinheiro. À época, ele disse que a mulher havia ido ao banco resolver problemas na conta de TV a cabo. Depois, disse que ela recebeu o dinheiro e que o recurso foi usado para pagar dívidas do PT.

    Fischberg e Genu foram condenados unicamente por lavagem de dinheiro e, mesmo se a condenação for mantida, terão as penas convertidas em punições alternativas.

    No mês passado, a nova composição do STF analisou outro lote de recursos e derrubou o crime de formação de quadrilha, o que beneficiou oito condenados, entre eles Dirceu, Genoino e Delúbio.

    Pedro Ladeira - 3.fev.2014/Folhapress
    O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) um dia antes de ser preso, em Brasília
    O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) um dia antes de ser preso, em Brasília

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