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    Secretário diz que foi 'convocado' por Dilma para assumir Agricultura

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    12/03/2014 22h35

    Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou nesta quarta-feira (12) que foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o comando da pasta.

    A indicação ocorre em meio à rebelião da base aliada na Câmara dos Deputados contra o Planalto, comandada pelo PMDB, seu principal aliado e que detinha a indicação da pasta.

    A troca pode ser confirmada na quinta-feira (13) e a posse está prevista para sexta-feira. Geller substituirá Antônio Andrade (MG) –deputado licenciado do PMDB, que deixa o governo para disputar as eleições de outubro–,seu padrinho na indicação.

    Para a sucessão do deputado Gastão Vieira (MA) no Ministério do Turismo, outra cota dos deputados do PMDB, o nome cotado é o do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo Santos, filiado ao PMDB. Há uma expectativa de que a presidente possa anunciar um pacote de trocas, envolvendo por exemplo Direitos Humanos e Ciência e Tecnologia.

    Geller deixou o PP em outubro de 2013 para se filiar ao PMDB. Ele conversou com Dilma no Palácio no Planalto, num encontro ao lado de Andrade e do chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo.

    Apesar de ser filiado ao PMDB, ele não foi levado pelo vice-presidente Michel Temer, mas ele agrada a líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), e ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A Folha apurou que Dilma telefonou para o vice informando das substituições.

    Geller saiu da reunião com Dilma e seguiu para o gabinete do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

    Geller admitiu que não chega na cota da bancada da Câmara. "A presidente realmente me convidou. Eu tenho aval do ministro Antônio Andrade e tenho apoio muito forte do setor. Eu fiquei surpreso, estou muito focado. Conheço bem a produção nacional, fui diretor da pró-soja. A indicação foi do ministro para dar sequência ao trabalho no ministério", afirmou.

    "Não é uma indicação da bancada. É uma indicação do ministro Antônio Andrade e fui convocado pela presidente da República", completou.

    Andrade disse que a indicação não deve ampliar a crise com o PMDB. "Não vai acirrar nenhum ânimo. Os ânimos não vão ficar acirrados porque ela indicou o Neri. Se eu tivesse indicado outro nome que não fosse do PMDB e que não fosse do setor, talvez a bancada ficasse contrariada, mas não aconteceu isso", disse.

    Ele reforçou que o nome é bem avaliado pelo agronegócio. "A bancada disse que não vai indicar ninguém, que não quer indicar ninguém. A indicação dele vem de encontro aos interesses do agronegócio, vai ajudar muito a presidente Dilma, vai ajudar muito o Ministério da Agricultura".

    Neri Geller, 45, é natural da cidade de Selbach (RS). Agricultor e empresário, foi eleito deputado em 2007, mas em 2011 ficou na suplência.

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