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    Delúbio é advertido pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal

    SEVERINO MOTTA
    MATHEUS LEITÃO
    DE BRASÍLIA

    18/03/2014 18h46

    O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi advertido pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal em audiência realizada na tarde desta terça-feira (17) para ouvir o preso sobre as supostas regalias que teria no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). O juiz Bruno Ribeiro lhe alertou verbalmente e falou sobre a necessidade de tratamento igualitário para evitar tensões no sistema prisional.

    Inicialmente prevista no formato de videoconferência, a audiência acabou sendo presencial devido ao pedido de Frederico Donati, um dos advogados do ex-tesoureiro. Delúbio, um dos condenados no julgamento do mensalão, chegou à Vara de Execuções às 13h57 vestindo uma camisa polo e calças brancas –como determinam as regras do presídio da Papuda. Ele ingressou na sala de audiências às 14h20 e deixou o local às 15h35.

    A Folha apurou que, apesar de advertido verbalmente pelo juiz Bruno Ribeiro, a advertência não constará como uma sanção na ficha prisional de Delúbio. A informação foi confirmada pelo advogado Donati.

    Uma eventual punição só acontecerá em outro processo, que avalia se Delúbio desrespeitou normas internas ao ser apanhado pelo carro da CUT –onde havia conseguido autorização para trabalhar– dentro do pátio do presídio.

    Também será apurado se ele recebeu alimentação diferenciada dos demais presos e se sua conduta, ao reclamar da necessidade de cortar a barba, feriu normas de comportamento interno.

    "O juiz disse que informações chegam à Vara de Execuções e que ele tem que apurar, por isso suspendeu cautelarmente no mês passado a permissão de trabalho externo. Mas não houve uma advertência formal, como punição, foi uma preleção sobre o sistema prisional e a necessidade de evitar tensões. As supostas regalias serão objeto de outro processo", disse Donati.

    Ainda de acordo com o advogado, na conversa com Delúbio o juiz fez questão de dizer que, apesar do Poder Executivo ser o responsável pela manutenção do sistema prisional, os detentos estão à disposição do Judiciário, e que qualquer pedido de benefício, deve ser feito à Justiça.

    Donati também disse que Delúbio pouco falou durante a audiência e que, numa dessas ocasiões, alegou que não recebeu qualquer tipo de regalias e disse que quer cumprir sua pena o mais rapidamente possível.

    "Por isso reiteramos o pedido para que ele possa voltar a trabalhar na CUT", disse o advogado.

    Delúbio cumpre pena no regime semiaberto, em que é possível obter autorização para trabalhar durante o dia. Quando sua autorização foi suspensa, ele foi transferido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) –dos presos que trabalham fora durante o dia– para o Centro de Internação e Reeducação (CIR), no Complexo Penitenciário da Papuda.

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