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    Oposição da Câmara defende CPI para apurar Petrobras; PMDB discute caso

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    19/03/2014 19h34

    A suspeita de prejuízo para a Petrobras na compra da refinaria de Pasadena (EUA) fez a oposição defender nesta quarta-feira (19) a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados para investigar a estatal.

    O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), disse que vai recolher assinaturas para apresentar um novo pedido de criação de uma comissão para investigar as denúncias.

    "É mais um caso que revela o aparelhamento da Petrobras para atender interesses políticos. O PT está manchando o nome da maior empresa do país, que hoje convive com prejuízos, dificuldades para investir e uma série de denúncias de corrupção. Por todo esse cenário é cada vez mais necessária a instalação da CPI da Petrobras", afirmou.

    A Folha apurou que o caso envolvendo a compra da refinaria de Pasadena também foi discutida, na tarde desta quarta-feira, durante a reunião da bancada do PMDB na Câmara.

    Segundo relatos, uma ala do partido criticou principalmente a justificativa apresentada por Dilma de que foi induzida ao erro.

    Alguns deputados defenderam a retomada da discussão sobre a instalação da CPI da Petrobras, mas não houve consenso e os deputados não fecharam posição.

    No ano passado, o pedido de criação de CPI para investigar denúncias de irregularidades na estatal foi apresentado na Câmara, mas o Planalto acionou o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para segurar a criação da comissão.

    A aquisição pela Petrobras de metade das ações da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi autorizada em 2006 pelo Conselho de Administração da companhia com base em um documento "técnica e juridicamente falho", disse nesta quarta-feira a Presidência da República.

    Ministra da Casa Civil na época, a presidente da República, Dilma Rousseff, presidia o conselho da Petrobras quando o negócio foi autorizado. Ela votou a favor do negócio. O caso foi revelado nesta quarta-feira (19) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

    US$ 1,18 BILHÃO

    Desde o ano passado, o Ministério Público Federal investiga o negócio firmado entre a Petrobras e a empresa belga Astra Oil.

    O conselho da estatal autorizou a compra de 50% da refinaria ao custo de US$ 360 milhões. No entanto, cláusulas do contrato desconhecidas pelo conselho obrigaram a Petrobras a arcar com 100% das ações da unidade.

    O que mais chama a atenção dos investigadores é o fato de a Petrobras ter desembolsado um total de US$ 1,18 bilhão pela unidade que havia sido comprada em 2005 por cerca de US$ 42 milhões pela Astra, que tem entre seus executivos um ex-funcionário da estatal brasileira.

    Representantes da Petrobras negaram irregularidade na compra da refinaria. A companhia diz que não comenta o caso porque ele está sendo apurado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

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