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    País está 'perplexo' com caso Petrobras, diz Eduardo Campos

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    20/03/2014 19h32

    Pré-candidato à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), criticou em seus perfis nas redes sociais as supostas irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.

    "Má gestão na Petrobras. Prejuízo do Brasil", diz a publicação do governador no Facebook.

    "O Brasil está perplexo diante das últimas notícias veiculadas sobre a Petrobras e a compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Uma negociação que teria lesado a maior empresa brasileira, o maior patrimônio do país, em mais de um bilhão de dólares", disse Campos, desta vez no Twitter.

    Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada na quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de 50% da refinaria em 2006, pelo valor total de US$ 360 milhões. Um ano antes, a mesma refinaria tinha sido adquirida por uma empresa belga por US$ 42,5 milhões.

    A presidente informou, em nota, que só apoiou a compra porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho". A afirmação repercutiu fortemente porque até então a Petrobras sempre defendera a aquisição.

    "Que tipo de gestão aprova um negócio assim sem analisar exaustivamente as informações disponíveis? Isso é exemplo de cuidado com os interesses da empresa e de seus acionistas (muitos deles trabalhadores que aplicaram lá seu suado FGTS)? Isso é exemplo de zelo pelos interesses do Brasil e da população?", questionou o governador na rede social.

    "As decisões tomadas por seu Conselho [da Petrobras] envolvem muitos bilhões de dólares em investimentos todo ano e não podem ignorar o que dizem os técnicos", afirmou o governador.

    Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Polícia Federal investigam a polêmica compra. O valor pago pela empresa brasileira por metade da refinaria em 2006 foi oito vezes maior que o que a belga Astra Oil havia pago, no ano anterior, pela unidade inteira.

    A Petrobras teve que pagar ainda mais US$ 820,5 milhões no negócio, pois foi obrigada a comprar os outros 50% da refinaria, depois de um desentendimento com os belgas.

    Campos diz que "não à toa" a Petrobras vive hoje "a maior crise desde sua fundação", tendo perdido "metade do seu valor nos últimos três anos".

    "Ela é uma empresa que já foi muito maior do que é hoje e que pode voltar a crescer, a partir do momento em que passe a ser bem administrada. A Petrobras não é um recurso do governo. Ela é um patrimônio do Brasil. E precisa ser vista e gerida como tal", afirmou o presidenciável, que cobrou respostas ao governo federal.

    "Muitas explicações precisam ser dadas. Que tipo de gestão aprova um negócio assim sem analisar exaustivamente as informações disponíveis?", questionou.

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