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    Planalto monta roteiro para defesa de Dilma e Petrobras

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    20/03/2014 19h52

    Numa ofensiva para tentar rebater a exploração pela oposição da suspeita de prejuízo para a Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena (EUA), em 2006, o Palácio do Planalto enviou nesta quinta-feira (20) a deputados petistas um roteiro para a defesa da empresa e também da presidente Dilma Rousseff, que comandava o Conselho Administrativo da estatal na época da operação.

    O "manual" tem dados que teriam sido repassados pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e também pela Petrobras. O documento segue três linhas centrais. A primeira é reforçar que a compra de Pasadena foi aprovada com base em um documento "técnica e juridicamente falho", como sustenta a Presidência nos últimos dias.

    A outra é para descentralizar o poder de decisão do caso das mãos de Dilma, que na época era Ministra da Casa Civil e presidia o conselho da Petrobras quando o negócio foi autorizado e votou a favor da compra. E ainda desmontar o discurso político para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

    O líder do PT, Vicentinho (SP), confirmou que recebeu dados de Mercadante. Após participar de reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, ele foi para a tribuna da Câmara fazer um discurso em defesa de Dilma.

    O petista fez um histórico da compra, reforçando que houve pareceres de duas consultorias indicando a compra de 50% da refinaria e que o governo quando identificou as informações escondidas brigou na justiça para tentar evitar a compra dos outros 50%, mas não teve sucesso.

    Ele disse que a oposição age eleitoralmente. "O jogo é destruir a Petrobras porque aí se destrói a presidente. Pior que a compra de Pasadena, foi a negociação feita pela Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso que gerou prejuízo de R$ 3 bilhões e não se colocou nesses termos", disse Vicentinho. "As empresas podem errar, pode haver um erro de avaliação, de estratégia, mas aqui está posto o jogo político rasteiro", completou.

    O líder do governo, Arlindo Chinaglia (SP), também fez um discurso na tribuna, mas negou que tenha sido municiado pelo Planalto. Em conversa com jornalistas, ele negou que a presidente Dilma Rousseff tenha provocado a crise ao afirmar que aprovou a compra com base em parecer "falho".

    "A presidente não fala meia verdade. Quem faz insinuações, como alguns diretores em matérias não agem assim. Por que esses diretores não colocam o nome, deem entrevistas assumindo a responsabilidade como ela fez? A presidente fez o correto, não se omitiu e presta contas", defendeu.

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