À espera de uma improvável aliança com PT e PMDB, o governador Cid Gomes (Pros-CE) segura a indicação do nome à sua sucessão e provoca uma corrida dos pré-candidatos às agendas públicas do governo do Estado.

Cid diz que a demora é uma estratégia para conhecer antes o nome da oposição. O motivo real, porém, é outro: o desejo de incluir Pros, PT e PMDB na mesma chapa, apesar de o peemedebista Eunício Oliveira, líder do partido no Senado, não abrir mão da candidatura ao governo.

Em outros Estados do Nordeste, governadores em segundo mandato, como Cid, já definiram os nomes para a disputa. Na Bahia, Jaques Wagner (PT) indicou seu chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Em Pernambuco, Paulo Câmara, secretário da Fazenda, será o candidato do PSB à vaga de Eduardo Campos.

	Alan Marques - 29.jan.2014/Folhapress
	O governador do Ceará, Cid Gomes, em Brasília

No Ceará, cinco nomes –todos do Pros– disputam a aparição em eventos do governo: o deputado estadual Mauro Filho, o ex-ministro dos Portos do governo Dilma Leônidas Cristino, o vice-governador Domingos Filho, a secretária de Educação Izolda Cela e o presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque.

Na última quarta-feira, em visita de Dilma Rousseff às cidades de Fortaleza e Sobral, todos os pré-candidatos estiveram na comitiva de Cid que ciceroneou a presidente.

Recentemente, alguns deles também foram à inauguração de adutora emergencial no interior do Estado, à entrega de centro de rendeiras na região metropolitana de Fortaleza e à assinatura de ordem de serviço para ação de desenvolvimento agrícola.

A intensificação das agendas levou o Ministério Público Eleitoral a investigar se há abuso de poder político na conduta dos pré-candidatos.