• Poder

    Tuesday, 30-Apr-2024 21:54:07 -03

    Por CPI contra a Petrobras, Aécio tenta unir siglas do bloco de oposição

    DANIELA LIMA
    GABRIELA TERENZI
    DE SÃO PAULO

    22/03/2014 03h14

    Pré-candidato à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai convidar líderes de todos os partidos de oposição a discutir uma estratégia de atuação em bloco para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras.

    Aécio quer articular a reunião até terça-feira. O senador pretende envolver siglas como o PSOL, que não se alinha com PT ou PSDB, e o PSB, que tem seu próprio candidato ao Planalto, o governador Eduardo Campos (PE).

    Em conversa com a Folha ontem, Aécio defendeu a investigação —a presidente Dilma Rousseff, que era chefe do conselho da Petrobras na época da compra, disse ter decidido pela aquisição da refinaria com base em um relatório "falho". O negócio resultou em prejuízo de US$ 1,18 bilhão para a estatal.

    Mas enquanto ele atua para convencer a oposição a defender a CPI em bloco, expoentes do próprio PSDB tratam com reserva uma investigação parlamentar.

    Segundo "O Estado de S. Paulo", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse anteontem que uma CPI em ano eleitoral poderia "partidarizar" a investigação.

    Sérgio Lima/Folhapress
    Aécio Neves (centro) durante reunião da Executiva do PSDB em Brasília
    Aécio Neves (centro) durante reunião da Executiva do PSDB em Brasília

    Ontem, foi o ex-governador José Serra (SP) quem afirmou que a apuração não é "imprescindível". "Se houver boa investigação do Ministério Público, já é satisfatório", disse, durante o Congresso Estadual de Municípios, em Campos do Jordão (SP). "No ano eleitoral, CPI pode ser complicado, mas se for necessário, que se faça."

    Para tucanos, a posição incisiva de Aécio se justifica por ser ele o nome do partido na disputa presidencial. O senador diz que não pretende explorar especificamente o caso Pasadena na propaganda eleitoral, mas que, dentro de um cenário mais amplo, é um exemplo da gestão Dilma.

    "A presidente foi eleita com base em duas premissas: a de que daria continuidade aos resultados da economia e de que era uma boa gestora. A economia está aí, todo mundo vê, a inflação voltou...", analisou Aécio.

    Na avaliação do tucano, a polêmica em torno da compra da refinaria de Pasadena, somada a resultados negativos do setor elétrico "desconstroem a imagem de gestora eficiente."

    Outros adversários de Dilma —Campos e sua provável vice, a ex-senadora Marina Silva— falaram sobre o caso. Também em Campos do Jordão, Marina disse que é "inacreditável que se tenha tomado decisão com base em informações incompletas e que se use a incompletude das informações para justificar prejuízos dessa magnitude".

    Ela não se posicionou sobre CPI, apenas pediu "maturidade" ao Congresso. Em discurso, elogiou Lula e FHC, diferenciando-os de Dilma. "Nas eleições de 2010, escutei um debate esquisito: era uma disputa entre dois gerentes [Dilma e Serra]. Eu dizia: está errado esse debate. O FHC não era gerente, era estrategista. O Lula não era gerente, era estrategista."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024