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    Compra de Pasadena foi acertada para cenário da época, diz Jaques Wagner

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    22/03/2014 19h47

    O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou na sexta-feira (21) que a compra de 50% da refinaria Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, foi uma decisão acertada da Petrobras para o cenário da época.

    Naquele ano, Wagner era ministro das Relações Institucionais do governo Luiz Inácio Lula da Silva e um dos membros do Conselho de Administração da Petrobras.

    "Eu participei de uma votação que votou estrategicamente o interesse da Petrobras de ter uma posição no mercado americano e isso se consolidou com a compra de Pasadena", disse Wagner.

    Segundo o petista, a aquisição foi considerada um bom negócio para a Petrobras na época, mas as mudanças no cenário econômico a partir da crise de 2008 frustraram as expectativas da estatal.

    CLÁUSULAS

    O governador baiano afirmou que não foram discutidas minúcias das cláusulas do contrato na reunião do conselho que decidiu a favor da compra, já que os conselheiros estavam discutindo "a aprovação de uma compra de uma refinaria nos Estados Unidos, não a aprovação de um contrato".

    "É um contrato de 3.000 páginas, que tem inúmeras cláusulas. Não conheço todas, nem era para eu conhecer, porque uma empresa como a Petrobras tem filtros. Tem as gerências, a diretoria, até chegar ao conselho de administração", disse Wagner.

    Contudo, o petista evitou referendar o posicionamento da presidente Dilma Rousseff (PT) - então ministra da Casa Civil e presidente do conselho da Petrobras - de que não aprovaria a compra da refinaria caso tivesse conhecimento das cláusulas que seriam desfavoráveis à Petrobras.

    "Não trabalho com se. Trabalho com o que vi. O que me apresentaram foi que essa decisão seria boa. Tanto que a decisão foi tomada por unanimidade."

    O governador baiano, no entanto, afirmou que, se houve problema na concretização do contrato, deve haver investigação. Segundo ele, a decisão de compra foi tomada em fevereiro, mas o negócio foi fechado apenas em setembro.

    A compra da refinaria de Pasadena é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por suspeita de superfaturamento.

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