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    Cardozo diz que ação contra Dilma por caso Petrobras tem 'intenção eleitoral'

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    25/03/2014 20h19

    O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (25) que a representação protocolada pela oposição na PGR (Procuradoria-Geral da República) para investigar a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras, em 2006, tem "clara intenção" de transformar o caso em "embate político-eleitoral".

    Cardozo convocou uma coletiva de imprensa exclusivamente para tratar do assunto, mas disse que o fez por conta própria, sem ter conversado com a presidente a respeito, e com o objetivo de "esclarecer os fatos". Isso porque, segundo ele, a representação apresenta "omissões" e "inverdades" com o objetivo de politizar o caso.

    "Tenho o dever de informar que nesta representação nenhum fato novo foi apresentado. Nada além daquilo que já havia sido noticiado pela imprensa, nada além do que já está sendo investigado foi acrescentado nesse pedido à PGR e, portanto, nos parece a clara intenção desta representação se projetar na perspectiva de transformar em embate político-eleitoral uma investigação que deve ser feita de maneira absolutamente séria, rigorosa e correta", disse o ministro.

    Dilma confirmou que presidia o Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da refinaria, mas afirmou, em nota divulgada na semana passada, que autorizou o negócio porque tinha informações "incompletas" presentes no parecer. Ex-diretores da estatal negam a versão da presidente e afirmam que todos os membros do conselho tinham à sua disposição o processo completo da proposta de compra da refinaria em Pasadena.

    "De fato a Astra Oil comprou a empresa Pasadena por 42,5 milhões de dólares. Porém a representação omite que 84 milhões de dólares foram investidos na empresa pela Astra Oil. Em segundo lugar, há uma imprecisão, ou uma inverdade, como queiram. Se diz que a Petrobras pagou 360 milhões de dólares pela empresa. A Petrobras pagou 190 milhões de dólares, porque 170 milhões de dólares não se referiam propriamente à aquisição da empresa, mas à aquisição de 50% do estoque da empresa", afirmou Cardozo.

    Cardozo lembrou que o fato já estava sendo investigado pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal, pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pela CGU (Controladoria-Geral da União).

    Segundo ele, o inquérito deve primeiro investigar os fatos, o que já está sendo feito, para só então investigar a atuação das pessoas envolvidos no fato, por isso não haveria motivo de abrir essa nova investigação "exclusivamente" contra a presidente, já que não houve novos fatos nem novos documentos apresentados.

    "Chama atenção que a representação é dirigida exclusivamente à presidenta, quando na verdade os fatos narrados dizem respeito a decisão tomada por um órgão colegiado e que decidiu, solidariamente, por unanimidade", afirmou Cardozo. "Não podemos deixar politizar com inverdades como omissões", completou.

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