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    Celso Amorim diz que Brasil precisa de mais recursos para pasta da Defesa

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    27/03/2014 14h30

    O ministro Celso Amorim (Defesa) afirmou nesta quinta-feira (27) que a pasta precisa de mais recursos para as atividades das Forças Armadas.

    Durante audiência no Senado, Amorim reconheceu que alguns programas recebem recursos aquém do previsto e citou como exemplo o Proteger, sistema desenvolvido pelo Exército para proteção das instalações estratégica do país.

    No ano passado, o orçamento para a ação foi de R$ 125 milhões. "É um orçamento que gostaríamos que fosse maior. Para este ano, temos apenas pouco menos de R$ 50 milhões, o que é, talvez, insuficiente".

    O ministro ponderou, no entanto, que houve aumento de recursos ao longo dos últimos anos. "Se eu olhar para a série histórica e verificar o que tem sido a evolução dos gastos na área de defesa, eu tenho um panorama muito positivo. (...) Se eu olhar pelo ângulo das necessidades ou da comparação internacional, a perspectiva já e outra", afirmou.

    Amorim apontou que, enquanto os países dos Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) gastam, em média, 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) em Defesa, no Brasil esse índice é de 1,5%.

    "A Índia está mandando um foguete para Marte e nós não conseguimos ainda ter um lançador", disse o ministro, apontando como um dos motivos para esse cenário a "descontinuidade de recursos".

    "As necessidades são muitas, sobretudo se o Brasil quiser ter a projeção nacional que deseja e se quiser defender seus recursos e soberanias sem depender de ninguém. (...) É preciso que a sociedade brasileira entenda que pra ter o papel que o Brasil quer no mundo precisa ter forças armadas bem equipadas e bem adestradas", argumentou.

    Amorim se mostrou ainda favorável ao uso das Forças Armadas em apoio a forças de segurança dos Estados, a exemplo do que vem ocorrendo no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. O ministro ponderou, no entanto, que isso também implica em despesa adicional da pasta.

    "É muito importante que as forças armadas exerçam essa capacidade, mas tudo isso tem um custo financeiro e representa demanda adicional de recursos físicos e humanos até relativamente escassos."

    Questionado sobre o tema após a audiência, Amorim afirmou que não fez reclamações. "Eu estou falando como são as coisas na realidade", disse.

    DITADURA

    Em relação a atuação da pasta em investigações sobre a ditadura militar (1964-1985), Amorim afirmou que há colaboração por parte da Defesa. "Liberamos mais de 700 mil documentos, uma coleção específica de documentos reservados. (...) Estou pessoalmente empenhado para que as respostas não sejam puramente burocráticas, que as respostas sejam substanciais na medida em que for possível responder".

    Questionado se a Defesa iria se manifestar sobre o caso do ex-deputado Rubens Paiva, morto em 1971, o ministro afirmou: "O Estado brasileiro, ao pagar as indenizações já, de certa maneira, pediu desculpa por tudo que o correu. Agora, cabe sim esclarecer a verdade. Estamos plenamente de acordo e cooperando nisso em tudo que podemos". "As Forças Armadas de hoje não tem nada a ver com aquilo", completou.

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