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    Ideli brinca e diz que seu cargo tem prazo de validade na Esplanada

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    27/03/2014 14h56

    Com saída prevista do comando das articulações políticas com o Congresso, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) brincou nesta quinta-feira (27) seu cargo "tem prazo de validade".

    A petista destacou seu recorde à frente da secretaria, que ocupa há quase três anos, mas disse que ainda espera uma definição da presidente Dilma Rousseff sobre seu futuro.

    Por orientação do ex-presidente Lula, o Planalto deve substituir Ideli pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) no comando das negociações com o Congresso. A expectativa é que a mudança ocorra na terça-feira (1°). Ideli é cotada para a Secretaria de Direitos Humanos.

    Apesar de não assumir a troca, Ideli adotou um discurso de despedida e fez um balanço positivo. "Sou a ministra da SRI com maior tempo. Estou completando dois anos e nove meses em uma tarefa que todo mundo brinca que tem prazo de validade, quem vai para lá não fica muito tempo. Estou praticamente com o dobro do tempo de quem mais ficou", disse.

    Alan Marques-20.nov.2013/Folhapress
    Ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) durante entrevista no Palácio do Planalto
    Ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) durante entrevista no Palácio do Planalto

    Questionada se deixa o cargo desgastada, ela desconversou. "Aprovamos o que era importante, evitamos o que era indesejado, mantivemos os vetos, matérias fundamentais. Marco civil, questão dos portos [regulamentação], desoneração da folha de pagamento, desonerações tributarias, ampliação dos programas sociais do governo. Considero que desempenhamos trabalho positivo. Nunca feito de forma isolada, trabalho de relações, de construção de parcerias, alianças, maioria para aprovar ou evitar", afirmou.

    Em sua gestão, Ideli foi bastante criticada pelos congressistas da base do governo especialmente por não ter muita autonomia para negociar. Um dos ataques mais recorrentes era pelo atraso na liberação de recursos para obras apadrinhadas pelos congressistas no orçamento.

    A ministra foi alvo especialmente do PMDB, principal aliado do Planalto. A mudança ocorre depois de uma rebelião na base aliada da Câmara, liderada pelo PMDB, ter imposto derrotas ao governo e em meio à ameaça da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras.

    Ideli minimizou os embates. "Tensiona mais, tensiona menso, mas o resultado da relação com o Congresso só posso dizer que é extremamente positivo".

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