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    Em crise com Congresso, Dilma atribui a opositores 'motivações eleitorais'

    TAI NALON
    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    01/04/2014 12h43

    Em meio a uma das mais graves crises do governo com o Congresso e numa referência velada à criação de uma CPI para investigar a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (1º) ter "certeza" que seus aliados impedirão que "motivações eleitorais" atrapalhem a busca por soluções dos grandes problemas nacionais.

    O discurso ocorre no mesmo dia em que a oposição e alas governistas tentam criar a CPI. O objetivo é apurar os negócios da estatal depois que a própria presidente admitiu que se baseou em informações incompletas para aprovar a compra da refinaria de Pasadena (EUA). Dilma era presidente do Conselho de Administração da estatal quando o negócio foi aprovado.

    Em cerimônia de posse dos ministros Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) e Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Dilma disse que, com as recentes movimentações de opositores e aliados no Legislativo, eles tentam "atropelar a clareza e esconder a verdade".

    "Com Berzoini à frente da Secretaria de Relações Institucionais, nós continuaremos atuando em profícua parceria com o Congresso. Tenho certeza que os nosso aliados saberão agir para impedir que motivações meramente eleitorais acabem por atropelar a clareza e esconder a verdade na busca por respostas e soluções para os grandes problemas nacionais", disse em seu discurso.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Apesar de Dilma não ter citado diretamente a CPI, foi sua primeira referência indireta ao caso que tem causado desgastes na base governista. "Egresso das lutas e das negociações sindicais, com larga experiência parlamentar e sindical, Berzoini compreende perfeitamente as características de nosso presidencialismo, marcado pela coalizão com correntes distintas, mas que sabem se unir quando o melhor para o nosso povo está em questão", disse ainda.

    Berzoini assume a articulação política do governo em um momento de profunda crise política –herança atribuída não apenas à sua antecessora, Ideli, mas também à intransigência do Palácio do Planalto.

    Em seu discurso, Dilma exaltou a atuação da nova ministra de Direitos Humanos, atribuindo a ela vitórias como a aprovação do Marco Civil da Internet na Câmara, na semana passada, do Marco Regulatório dos Portos, do Mais Médicos e da destinação de royalties do petróleo para a educação.

    "Eu estou certa que a experiência à frente da Secretaria de Relações Institucionais habilita a Ideli a nos ajudar, a nos garantir mais conquistas e avanços nas áreas de direitos humanos", completou a presidente.

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