O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) disse, após depor à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que a UNE (União Nacional dos Estudantes), da qual era presidente na época, era mais representativa politicamente no passado que na atualidade.
"Não tem a dimensão do passado. Naquela época, eram cem mil, hoje são 7 milhões [de estudantes]. É muito difícil você ter uma entidade nacional forte e representativa de tudo isso", disse Serra nesta terça-feira (1°).
"Naquela época pesava, inclusive, liderança pessoal, uma coisa mais direta. Hoje é uma questão político-partidária. Sem querer desmerecer os atuais líderes, mas eles não são resultado de um trabalho anterior de massas que tenham feito, é uma coisa mais institucionalizada", completou o ex-governador.
O tucano foi convocado pela comissão para falar sobre a atuação da UNE no dia do golpe militar, que hoje completa 50 anos, mas Serra acabou versando sobre diversos temas tocantes à ditadura, desde o impacto da renúncia de Jânio Quadros, à inflação que atingia a economia e a corrupção durante o regime militar (1964-1985). Sua fala foi dirigida aos estudantes primários que assistiam à sessão.
Questionado sobre a revisão da Lei da Anistia, o tucano deu uma resposta evasiva. "Tem uma lei da Anistia, que foi promulgada, e eu acho muito difícil que se volte atrás. Outra coisa é saber o que aconteceu, isso eu acho importantíssimo", disse Serra.
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