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    PSOL quer que Câmara abra investigação contra André Vargas

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    03/04/2014 14h00

    O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), protocolou nesta quinta-feira (3) um ofício para que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados abra um processo de investigação contra o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), pelas denúncias de que ele usou um avião emprestado do doleiro Alberto Youssef, além de ter intermediado a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde.

    "Os fatos recentes envolvendo o vice-presidente da Casa, deputado André Vargas, de grande repercussão, merecem detalhada apuração, em nome da transparência e da imagem pública do Parlamento", escreveu o deputado no ofício.

    De acordo com Valente, por Vargas ser membro da Mesa Diretora, cabe a esta solicitar esclarecimentos à Corregedoria da Casa. "As ilações sobre vantagens indevidas e intermediações de interesses, que atingem Sua Excelência e vão além do âmbito pessoal, merecem resposta objetiva e institucional da Câmara dos Deputados", escreveu.

    Na prática, o ofício apresentado é apenas uma manifestação do partido e não obriga a Mesa a tomar nenhuma decisão. Após o discurso feito por Vargas ontem no plenário da Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), descartou a possibilidade de abrir qualquer investigação porque não havia chegado nenhum tipo de solicitação neste sentido.

    "Vamos aguarda a elucidação dos fatos. Mas ele fez o que deveria ter sido feito. Não se escondeu, não se esquivou. Foi ao plenário e disse a sua verdade. "Não recebi nenhuma cobrança", disse.

    Editoria de Arte/Folhapress

    EQUÍVOCO

    Sem dar explicações concretas sobre o episódio no discurso de ontem, Vargas afirmou apenas ter se arrependido. "Em relação ao avião, eu reconheço: fui imprudente. Foi um equívoco. Deveria ter exigido um contrato. Deveria ter quitado. E peço desculpas aqui por ter exposto a minha família. [...] Compareço aqui com serenidade, com o coração machucado, mas leve", disse o deputado nesta quarta-feira (2).

    Ele afirmou ainda que não sabia que o doleiro estava sendo investigado até duas semanas atrás e recontou o pedido de empréstimo feito a Youssef.

    "No final do ano passado, procurei Alberto Youssef porque ele havia sido dono de um hangar na minha cidade e pedi para que ele viabilizasse uma aeronave para a minha viagem de início de ano e portanto, em troca do combustível".

    O petista disse que tentou fazer o pagamento mas descobriu que o avião havia sido fretado e por isso não teria como arcar com o combustível. "Coisa que eu descobri com maior detalhe agora em função da ampla cobertura da mídia".

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