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    André Vargas será investigado também pela Corregedoria da Câmara

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    07/04/2014 19h47

    O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), acatou o pedido do líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP), para que a Corregedoria abra processo para investigar as denúncias sobre as relações do deputado licenciado André Vargas (PT-PR) com o doleiro preso Alberto Youssef. Ele também deverá ser investigado pelo Conselho de Ética da Casa.

    Assim que chegou à Câmara, Henrique analisou o pedido protocolado pelo partido no início da tarde desta segunda-feira (7). No documento, o PSOL pede que sejam investigadas a utilização do avião particular pelo deputado André Vargas, a relação mantida entre o deputado e o doleiro e as condutas de André Vargas no âmbito do Ministério da Saúde, para favorecer o Labogen, laboratório de propriedade de Youssef.

    Pedro Ladeira/Sérgio Lima/Folhapress
    O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PT), e o doleiro Alberto Youssef
    O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PT), e o doleiro Alberto Youssef

    "Cada um vai cumprir seu dever. Vamos fazer o que tiver que ser feito sem qualquer preocupação política ou partidária, e que se estabeleça a verdade que o País quer saber", afirmou Alves, que disse respeitar a decisão do colega.

    Para o PSOL, "a relação mantida [entre Vargas e Youssef não é a da alegada amizade de 20 anos, mas sim envolvem negociatas e possíveis fraudes em processos administrativos, com a utilização da influência do deputado André Vargas. Há a necessidade, portanto, de apuração dos fatos no âmbito da Corregedoria da Casa, com a contribuição da Polícia Federal, e, uma vez aprovado o parecer pela Mesa Diretora, a instauração de processo por quebra de decoro, no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar".

    Em paralelo à análise da Corregedoria, Vargas poderá responder a outro processo diretamente no Conselho de Ética da Câmara. No início da tarde, o PSDB, DEM e PPS ingressaram com um pedido de investigação no colegiado contra Vargas para "apuração de procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar".

    Se o conselho aceitar o pedido e considerar que Vargas cometeu ilegalidades, ele poderá sofrer punições, sendo a mais extrema, a cassação do mandato. Já a corregedoria deverá analisar as denúncias e se considerá-las contrárias ao decoro parlamentar, encaminhará o processo ao Conselho de Ética.

    Na semana passada, a Folha revelou que o petista trocou mensagens com Youssef sobre o empréstimo de um jatinho para o deputado viajar com a família. Também conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde.

    No fim de semana, a revista "Veja" mostrou outras mensagens interceptadas pela Polícia Federal em que Vargas prometia ajudar o doleiro. "Acredite em mim. Você vai ver o quanto isso vai valer. Tua independência financeira e nossa também, é claro", dizia uma das mensagens enviadas por Youssef.

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