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    Justiça manda soltar acusados de tráfico em helicóptero dos Perrella

    DE SÃO PAULO

    08/04/2014 14h04

    A Justiça Federal mandou soltar quatro homens acusados de envolvimento no transporte de cocaína num helicóptero pertencente a empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG).

    Rogério Almeida Antunes (piloto), Alexandre José de Oliveira Júnior (copiloto), Everaldo Lopes Souza e Robson Ferreira Dias (que teriam recebido a droga) são réus acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico.

    De acordo com a Justiça Federal no Espírito Santo, os alvarás de soltura estão sendo preparados e os réus deverão ser liberados nas próximas horas. Eles estão presos no Centro de Detenção Provisória de Viana (ES) desde novembro de 2013, quando foram flagrados em uma operação da Polícia Federal no município de Afonso Cláudio, no interior do Espírito Santo.

    Os acusados haviam transportado 445 kg de pasta-base de cocaína em um helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, que tem como um dos sócios o deputado Gustavo Perrella. O proprietário da fazenda onde o helicóptero havia pousado, Elio Rodrigues, também é réu na ação penal, mas não estava preso.

    Na decisão da última segunda-feira (7), o juiz Marcus Vinícius Costa, da 1ª Vara Federal Criminal, diz considerar "haver excesso de prazo para formação da culpa, motivo pelo qual revogo a decisão que decretou a prisão preventiva". Na acusação, o Ministério Público Federal diz que "não restam dúvidas" sobre a atuação dos acusados, "com plena ciência do que faziam era ilegal".

    A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos réus. Em entrevistas anteriores, o advogado do piloto Rogério Almeida, Nicácio Tiradentes, afirmou que seu cliente não sabia que a carga era composta por cocaína. O Ministério Público não informou à reportagem, até a publicação desta notícia, se recorrerá da decisão.

    O Ministério Público Federal no Espírito Santo afirmou que vai aguardar o recebimento dos autos para verificar se cabe ou não recurso.

    FAMÍLIA PERRELLA

    A Polícia Federal descartou participação da família Perrella no caso. O piloto Rogério Antunes era funcionário de confiança dos Perrella, e ocupava um cargo de confiança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais por indicação de Gustavo Perrella.

    De acordo com a Procuradoria, ele receberia R$ 50 mil pelo traslado da pasta-base de cocaína, trazida do Paraguai. Embora os Perrella não tenham sido apontados como responsáveis, a Justiça Federal determinou a apreensão do helicóptero, para uso do Estado do Espírito Santo e da Polícia Federal.

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