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    'Aconselho cuidado com vazamentos parciais, diz Carvalho sobre Vargas

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    09/04/2014 18h48

    O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, recomendou "muito cuidado" com os "vazamentos parciais" sobre a relação do deputado federal licenciado André Vargas (PT-PR) com o doleiro Alberto Yousseff, preso no último dia 17 por lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas.

    "Eu sou muito cuidadoso em relação a esse tipo de afirmação e de processos, não tem nenhuma prova, nada, o processo está começando agora e eu aconselharia todo mundo a ter muito cuidado com aquilo que aparece a partir de vazamentos parciais", afirmou Carvalho. "Eu não vou dizer se ele deve fazer isso ou aquilo", sobre a possibilidade de renúncia do deputado.

    Suas declarações, dadas em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9) após audiência pública na Câmara dos Deputados, destoaram do tom adotado pelo ex-presidente Lula, que afirmou ontem que Vargas "precisa dar explicações à sociedade".

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) participa de audiência pública
    O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) participa de audiência pública

    Gilberto Carvalho continuou: "Só queria recomendar que a gente tome muito cuidado e faça análises a partir efetivamente de provas e de processos por inteiro, não apenas parciais. Muita gente já foi vitimada por conta disso, me lembro do Orlando Silva [ex-ministro do Esporte], que acabou saindo do governo com enorme pressão, depois foi provado que ele não devia nada".

    O ex-ministro deixou o governo em 2011 após suspeitas de participação em um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verbas a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes.

    "A gente está acostumado nessa história, acha que a corrupção tem que ser combatida duramente, mas ao mesmo tempo o direito sagrado de defesa é muito importante de todo cidadão", disse Carvalho.

    Questionado se achava normal essa ligação entre Vargas e o doleiro, o ministro não respondeu.

    Mais cedo, durante a audiência, ao citar a exoneração do ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, que deixou o governo em 2010 após ter seu nome ligado à máfia chinesa, o ministro também criticou os "vazamentos seletivos". "Ninguém pode ser julgado por vazamentos seletivos, essa é a minha convicção", afirmou.

    PETROBRAS

    Sobre a CPI para investigar irregularidades da Petrobras, Gilberto Carvalho também frisou a "tentativa de [se] aproveitar eleitoralmente" do caso e defendeu as investigações feitas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União.

    "Cabe ao parlamento fazer investigação? Cabe. A grande questão é saber até onde vai de fato o interesse na investigação e até que ponto vai a tentativa de aproveitar eleitoralmente os momentos. Então eu acho que a questão de uma CPI ou não cabe ao parlamento fazer a análise, não cabe ao Executivo se pronunciar sobre isso", afirmou.

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