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    Presidente do TCU ameaça não dar posse a Gim, cotado para o tribunal

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    09/04/2014 19h41

    O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, ameaçou não dar posse ao senador Gim Argello (PTB-DF), cotado para assumir o cargo de ministro do tribunal.

    Nardes afirmou que o presidente do TCU é o responsável pela posse. E que compete a ele, após consulta aos demais ministros, "avaliar todos os requisitos exigíveis", entre eles idoneidade moral, reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública.

    A posição do TCU foi lida pelo seu presidente em plenário, na forma de uma nota pública. De acordo com o texto, esse posicionamento foi tomado após reunião dos ministros, "pela necessidade da observância dos requisitos constitucionais previstos no art. 73 da Carta Constitucional brasileira para a posse de qualquer cidadão que venha a ser membro da Corte".

    Reportagem da Folha desta quarta-feira (9) revelou que Argello foi condenado em primeira e segunda instâncias pela Justiça do Distrito Federal, o que contrasta com a exigência de "reputação ilibada" para assumir vaga no tribunal.

    A indicação de Gim ao TCU é política e tem o apoio Palácio do Planalto, que discutiu o seu nome com o PTB em meio à reforma ministerial. Embora o partido tenha ficado sem ministério, o líder da sigla seria indicado ao tribunal como parte do acordo fechado com o partido na troca do primeiro escalão da presidente Dilma. Gim ocuparia a vaga do ministro Valmir Campelo, que se aposentou do tribunal.

    Cabe ao Senado indicar o nome. A Constituição determina que as indicações ao TCU são feitas pela Presidência da República ou pelo Congresso. Pelo rodízio estabelecido nas indicações, desta vez a vaga cabe ao Senado.

    O nome tem que ser aprovado nos plenários da Câmara e o Senado e depois referendado pela presidente Dilma Rousseff para que o senador se torne ministro do TCU. No Senado, Gim deve ser aprovado sem dificuldades, mas alguns senadores não acreditam que o cenário vai se repetir na Câmara.

    Leia a íntegra da nota:

    O Tribunal de Contas da União (TCU) manifesta-se, após reunião dos seus ministros, pela necessidade da observância dos requisitos constitucionais previstos no art. 73 da Carta Constitucional brasileira para a posse de qualquer cidadão que venha a ser membro da Corte.

    Nesse contexto, ao presidente do TCU, responsável pela posse, compete, ouvido o Plenário, avaliar todos os requisitos exigíveis, entre eles idoneidade moral, reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública.

    Brasília/DF, em 9 de abril de 2014.

    Ministro João Augusto Ribeiro Nardes

    Presidente do Tribunal de Contas da União

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